terça-feira, 15 de junho de 2010

HPB e o Budismo

Helena Petrovna Blavatsky, uma das fundadoras da Sociedade Teosófica, no século 19, presente hoje em todo o mundo, nasceu budista.

A informação está no livro A Voz do Silêncio, editora Pensamento, 1976, páginas14 a 19.

Ela nasceu na Kalmíkya, uma das pequenas repúblicas autônomas da Federação Russa, mais de 90% da população desse país pratica o Vajrayana popular.

Helena pertencia a etnia dos kalmucos ou calmucos, daí Kalmíkya. Veja as palavras dela:

“Passei meses e anos de minha infância entre os calmucos lamaístas de Astracã, e com o seu sumo-sacerdote (...) os calmucos conservam ainda os mesmos termos idênticos aos dos outros lamaístas do Tibete (donde procederam).

“Quando eu tinha 11 anos, minha avó me levou a viver em sua companhia; morava em Saratóvia quando meu avô foi Governador. Antes disso, em Astracã, ele tinha muitos milhares (alguns 80 ou 100.000) de budistas sob sua jurisdição.

“Eu havia visitado Semipalatinsk e as montanhas Urais em companhia de um tio meu, que tem propriedades na Sibéria, bem como na fronteira dos países mongólicos, onde reside o Lama Tarachan. Fiz numerosas excursões além das fronteiras e sabia tudo acerca de Lamas e Tibetanos antes dos meus 15 anos.”

Vejamos agora, outra informação. Desta feita, publicada em março de 1995, pós mudanças na antiga URSS. Está em “Mudrá – Boletim Dármico nº 1”. Editado pelo falecido praticante Nissin Cohen, de Jacareí, SP:

“Os kalmiks, tradicionalmente budistas, são mongóis Oirat que emigraram ao Ocidente no século 17, vindo a estabelecer-se entre os mares Cáspio e Negro.

“A Kalmíkya é o único estado europeu budista, é uma das 20 repúblicas autônomas da Rússia nos estepes do sul – fez, no ano passado, do budismo e do cristianismo ortodoxo religiões estatais.”

Portanto, vemos a Teosofia como um Budismo Popular.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Buda é Pai e Mãe

Na recente tradução para o inglês do Shozomatsu Wasan, texto escrito no século XIII, pelo mestre Shonin Shinran, que é uma verdadeira jóia na literatura da Terra Pura, está dito na introdução:

“Reverentemente eu digo aos meus companheiros praticantes que aspiram pelo nascimento (na Terra Pura): todos deverão profundamente arrepender-se! O Tathágata Sakiamuni é verdadeiramente o nosso compassivo pai e mãe. Com uma variedade de compassivos meios, ele nos leva ao despertar do verdadeiro Shinjin (mente confiante, fé)”.

Os parágrafos acima estão no ótimo livro O Caminho De Cada Um – O Budismo da Terra Pura, página 112, autoria do grande monge budista brasileiro, já falecido, Murillo Nunes de Azevedo, editora Bertrand Brasil, 1996.

Murilo explica que arrepender-se significa conversão, mudança de atitude, maduramente vermos os nossos equívocos e, com responsabilidade, consertarmos a questão, ultrapassarmos o problema e isso vai nos levar a “ascender aos planos desconhecidos de consciência”.

O autor afirma também que Shinran foi um dos precursores da grande virada que o Budismo teve no Japão no citado século 13: rompendo com o celibato monástico, levando o Dharma para o povão, a massa e caindo o isolamento dos religiosos que até então viviam fechados em mosteiros. Os monges integram-se ao dia-a-dia da sociedade, trabalham, casam, constituem família etc.

Nasce então o Budismo Devocional, centrado na figura do Buda Amida, que significa Vida Eterna, Luz Infinita.