domingo, 6 de abril de 2008

A Eterna Presença do Buda Primordial Shakamuni

“Num final de tarde eu estava no Pico do Abutre, no estado indiano de Bihar, quando vi um belo pôr-do-sol e, de repente, percebi que Shakyamuni Buddha ainda estava lá sentado no local”.

O texto acima encontra-se no livro O sol meu coração, do monge vietnamita, radicado na França, há muitas décadas, Thich Nhat Hanh, Editora Paulus, página 93, 1996.

Foi no Pico do Abutre que Sidarta Gautama proferiu o Sutra Lótus. Sua iluminada presença se faz sentir até hoje, por todos quantos se aproximam daquele local, tamanha é a força de suas abençoadas vibrações que permanecem através dos séculos.

Se você não pode se locomover, geograficamente, até a Índia. Você pode e deve, através da Oração Sagrada Namu Myou Hou Ren Gue Kyou conversar com Ele, vê-lo e privar de sua bem-aventurada companhia.

O Pico do Abutre também é conhecido como o Pico da Águia. É pico porque é o ponto mais alto de uma região montanhosa, e também simboliza a elevada altitude dos ensinamentos do Buda, contidos no Sutra Lótus. É abutre porque esta ave, simbolicamente ataca a nossa ignorância, o desconhecimento das coisas búdicas. E também é águia porque esta espécie de ave enxerga bem, vê muito longe.

Outros grandes monges e mestres, de outras linhagens também falaram, em diferentes épocas, sobre esta aparição. Ou melhor, estas aparições, pois o Buda Shakamuni, afirma no Sutra Lótus que Ele é o Pai de todos nós.

Na antiguidade, o monge chinês Tien Tai que, em japonês é conhecido por Tendai, e fundou a escola búdica de mesmo nome, declarou certa feita que “a reunião” no Pico do Abutre continuava. Séculos depois, Nichiren, que estudou e se formou, na escola monástica Tendai, também declarou isso: a reunião no Pico da Águia ainda não terminou.

E em nosso blog (vide capa) escrevemos que essa reunião não termina nem tão cedo, enquanto existirem seres humanos que sofrem e merecem uma palavra de conforto, apoio, solidariedade, compaixão, caridade, generosidade.

A reunião que eles se referem, é o encontro dos praticantes com o Buda Primordial Shakamuni, para estudarmos o Sutra Lótus e recitarmos o Odaimôku.

Toda quarta-feira, às 19h15m e no primeiro sábado de cada mês, às 16 h, a reunião no Pico da Águia ou Pico do Abutre, é aqui em nosso Núcleo*, com a honrosa e eterna presença do Buda Primordial Shakamuni.

Hakuan (Antonio Carlos Rocha) Gakutô (Auxiliar Sacerdotal)

(*) Núcleo Shakamuni: Av. Presidente Vargas, 509, sala 503, próximo ao Metrô Uruguaiana, Rio.

sábado, 5 de abril de 2008

Oração e Iluminação

“Ore o Odaimôku* mesmo se estiver,
andando, em casa, sentado ou deitado.
Orar significa se iluminar
no estado presente”.

(*) Odaimôku é a recitação contínua do Mantra Sagrado Namu Myou Hou Ren Gue Kyou.

- A poesia acima é do Mestre Nissen (1817-1891), fundador da Tradição HBS. A estrofe foi publicada originalmente na revista Lótus, página 22, nº 89, ano 8, fevereiro de 2007.

- A prática de Odaimôku é uma forma de Plena Atenção. Ou seja, em qualquer situação podemos e devemos recitar o mantra.

- Satipathana Sutta, é texto transmitido pelo Buda Primordial Shakamuni, em língua páli, que estabelece a meditação vipássana (visão interior):

- “A Visão Interior resume-se na frase “Sede atentos!”, o que quer dizer, em Atenção, sati, isto é, observar as coisas atentamente, profundamente, detalhadamente, e estar plenamente consciente de tudo o que se passa no Aqui e Agora, tanto na meditação sentada, como em pé, caminhando, trabalhando etc.” (página 88, do livro Budismo: psicologia do autoconhecimento, editora pensamento, de Dr. Georges da Silva & Rita Homenko).

- O autor, Dr. Georges, foi presidente da SBB – Sociedade Budista do Brasil, no período 1973-76 e na feitura do livro contou com a colaboração do monge japonês Soto Zen, Kiugi Tokuda – hoje radicado em Paris – e do brasileiro, professor Kaled Amer Assruy (ex-monge Theravada, Bhikkhu Dhammanando), além de leigos como o professor doutor Rogel Samuel.

- Esclareça-se que, com o passar dos séculos, várias linhagens adotaram e adaptaram diferentes formas de Vipássana. Mas que, na essência, constituem uma só forma de Plena Atenção.