domingo, 24 de fevereiro de 2008

Boletim Ecológico - fev-mar/2008

Adote Uma Árvore
Sta.Teresa, fev-mar/08 – Ano I – nºs.8/9.
antoniocpbr@click21.com.br
http://budismoprimordialrio.blogspot.com
Antonio Carlos Rocha (professor)
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* Colaboração da leitora: “Ao arar a terra para o cultivo, precisamos de paciência para arrancar todas as ervas daninhas imprestáveis e esperar, mesmo que o solo pareça estéril, até que as boas sementes escondidas possam germinar e se transformar em plantas. Precisamos de mais paciência ainda para limpar o campo de nossa consciência, cobertos com as ervas daninhas dos apegos inúteis aos prazeres sensoriais, que são muito difíceis de serem erradicados. Porém, quando o campo da consciência estiver limpo e semeado com as sementes das boas qualidades, as plantas das nobres atividades brotarão, produzindo a verdadeira felicidade. Acima de tudo, tenha paciência para buscar a comunhão com Deus através da meditação profunda e tornar-se consciente da sua alma indestrutível, escondida no seu perecível corpo físico” – Paramahansa Yogananda - (texto encaminhado por Isabel Kuster, via e-mail).

* “Amast na Praça” é uma espécie de Ouvidoria do bairro. Veja a nossa agenda: no próximo dia 19 de abril de 2008 - Travessa das Escadinhas de Santa Tereza (Rua Joaquim Murtinho); outros locais a confirmar nos meses vindouros - Esquina das ruas Cardeal Sebastião Leme e Monte Alegre; – Calçada em frente ao Posto de Saúde (com doação grátis de Reiki para os presentes). Sempre de 11 às 14 horas.

* Para quem não conhece, REIKI é uma terapia complementar, transmissão de energia através da imposição das mãos. Um bom livro que sugerimos chama-se Reiki – medicina energética, publicado pela Editora Nova Era, em 1999, 170 páginas, várias fotos e ilustrações. As autoras: Libby Barnett, Maggie Chambers e Susan Davidson falam de suas experiências em vários centros médicos e hospitais dos EUA, aproximando a medicina ocidental e as técnicas orientais: “Tai Chi, Yoga, Reiki, Meditação e técnicas de relaxamento” (pág. 132).

* “Adote Uma Árvore” é um boletim mensal, artesanal, virtual e impresso. Edições anteriores veja no blog acima citado.

* Se você concordar, pode tirar cópias e passar adiante. Obrigado !

* Mantenha a cidade limpa e o seu bairro também. Não jogue esta folha no chão. Se não quiser deixe em uma banca de jornal. Peça ao jornaleiro, sempre vai aparecer alguém interessado.

* Carta do Leitor: “Legal vc tenha se referido a situação de abandono em que se encontra a placa mandada afixar por Gomes Freire de Andrade (Conde de Bobadela e governador da Capitania do Rio de Janeiro) quando da inauguração (ainda na década de 50 do século XVIII...) do sistema de captação das águas do Rio da Carioca e que era levado através de Santa Teresa e do Aqueduto aos chafarizes do Largo da Carioca. A placa é do tempo de D. João V, que era pai de D. José I, que foi o pai de D Maria I, que era mãe de D. João VI...Que tal se a prefeitura o limpasse e depois começasse a festejar a chegada do bisneto, em 1808, à nossa cidade? (por e-mail, Álvaro Braga).

* Como tudo é impermanente nessa vida, em fevereiro não tivemos este evento mensal, “Amast na Praça”, e, em março, também não o teremos.

* "O que aprendi: João Donato na revista Piauí (dezembro 2007): Não sou arredio em relação a nenhum ritmo, mas não abro mão de uma coisa: o volume tem que ser agradável. Outro dia, um barco ancorou na baía, bem em frente a minha casa, e ligou um bate-estaca no máximo para animar uma festa no mar. O cara só pode ter feito aquilo para anestesiar os convidados e evitar que percebessem que as músicas eram de quinta. Som nas alturas impede que as pessoas pensem. E algo que vai contra as leis da natureza. Ou alguém já ouviu um trovão durar cinco horas?
“Há um tempo, fui ver os Titãs no palco. Perguntei ao Arnaldo Antunes onde o volume do show seria mais baixo. Ele me sugeriu que ficasse atrás do palco. Quando o grupo entrou, eu tremi. Ainda bem que, seguindo uma dica do Richie, cortei os filtros de dois cigarros o mais rápido possível e enfiei um em cada ouvido. Cigarros combinam com shows de rock." (colaboração de Álvaro Braga, por e-mail).

* Contra a “malária, dengue, febre amarela”, inhame nelas ! A informação está no folheto da escritora Sônia Hirsch, especialista em alimentação natural. Publicado pela editora Corre Cotia (www.correcotia.com), a segunda edição é de 2002 com o título Dengue? Inhame ! Vejamos alguns trechos:

* “Evita malária, dengue, febre amarela. A presença do inhame no sangue permite uma reação instantânea à invasão do mosquito, neutralizando o agente causador da doença antes que ele se espalhe pelo corpo. Aldeias inteiras morreram de malária depois que as roças de inhame foram substituídas por outros plantios” (pág. 3).

* “O inhame limpa o sangue. É um dos alimentos medicinais mais fantásticos que se conhece: faz todas as impurezas do sangue saírem através da pele, dos rins, dos intestinos. No começo do século (XX) já se usava elixir de inhame para curar sífilis” (pág. 3).

* “Fortalece o sistema imunológico. Os médicos orientais recomendam comer inhame para fortificar os gânglios linfáticos, que são os postos avançados de defesa do sistema imunológico. Não por coincidência, a forma do inhame é muito semelhante à dos gânglios” (pág. 3)

* Acompanhando os parágrafos acima, o citado folheto nos mostra várias receitas de pratos doces, salgados e sopas. Bom apetite !

* Para refletir: “O oposto de uma verdade profunda pode ser também uma verdade profunda” – Niels Bohr (1885-1962) – Prêmio Nobel de Física em 1922, um dos pais da “teoria quântica”. Citado por Frei Betto em seu livro A obra do artista: uma visão holística do universo, editora Ática, 1997, pág. 91.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Mentalize

“Tudo que mentalizamos com força é uma oração. Uma oração sincera é sempre atendida. O mundo fenomênico é criado pela mente, e, por isso, basta mentalizar com firmeza e persistência o que buscamos para que se concretize após algum tempo. Na verdade, mentalizar com força é o mesmo que orar”.

(do livro no original japonês Ai wa Shori Suru, de Seicho Taniguchi. Obra ainda não editada em português, título provisório “O amor sempre vence”. in Palavras de Luz – preceitos diários, Seicho-No-Ie, 2008, p. 23) – reprodução autorizada.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Reverências aos Pontos Cardeais

(texto de Antonio Carlos Rocha publicado no jornal Ganesha, RJ, ano XVIII, nº 208, fev/2008).

É uma prática multimilenar que se perde na noite dos tempos. Vem do antigo Brahmanismo e o Buddha adotou como prática. Algumas linhagens não praticam por se tratar de algo bem anterior a Siddharta Gautama, mas outras linhagens praticam. Fica, portanto, a critério do coração e da mente de cada um. É bom lembrar que, como o Buddha bem disse em um sutra, não adianta nada fazer a “Reverência aos Pontos Cardeais” e continuar alimentando sentimentos de raiva, ódios e afins.

Independentemente da crença, quer tenham quer não, todos podem fazer, diariamente esta simples e bonita vivência. Pela manhã e à noite, juntando as palmas das mãos, no tradicional gesto de saudação “namastê” a pessoa curva-se, com um profundo sentimento de gratidão para o leste, oeste, norte, sul e ainda acrescenta o centro da terra (nadir), o zênite – o infinito a partir do alto da cabeça e por fim, reverencia-se o estado interior de iluminação que todos nós temos.

Se for difícil identificar os pontos cardeais pode-se tomar como início um altar, uma árvore, uma planta, algo que lembre a natureza.

Na antiga mitologia brahmânica e budista, nos pontos cardeais do planeta, haviam reis que governavam esses quadrantes e protegiam as pessoas, os animais, os vegetais, os insetos e até os seres invisíveis. Na realidade, esses reis são os pólos magnéticos do globo terrestre que, através da Lei da Gravidade e outras leis ajudam na manutenção e coesão de todos os elementos que interagem para a forma mais ou menos “esférica” dos corpos celestes e, portanto, do planeta Terra também.

Este ensinamento aprendi com o monge budista Venerável Vipassi, do Sri Lanka, já falecido. Mas já presenciei religiosos e praticantes de outras linhagens realizando esta elegante forma de oração bem dinâmica.

Por outro lado, ao fazermos a reverência estamos movimentando a coluna, o tronco para frente. Lembra um pouco a ásana “Saudação ao Sol” que, também multimilenarmente, os yóguis praticavam e praticam até hoje.

Eis a prática:

“Com um profundo sentimento de gratidão, como se estivesse cumprimentando com um “bom dia” ou “boa noite”, conforme o horário, vira-se para o

LESTE: “Gratidão aos nossos pais” e mais a todos os seres humanos, animais, vegetais, seres visíveis e seres invisíveis (os bons para que continuem cada vez melhor, os negativos para que transformem-se em bons) Que eles possam se libertar da inimizade, que eles possam se libertar da má vontade, que eles possam se libertar da ansiedade, que eles sejam felizes”. Observação: Claro que os seres de luz não têm estes aspectos negativos, falamos isso para os outros.

SUL: “Gratidão aos nossos instrutores religiosos” – idem acima.

OESTE: “Gratidão às pessoas que “dependem” de nós: filhos, parentes idosos ou pessoas que precisam de necessidades, cuidados especiais – idem acima.

NORTE: “Gratidão aos nossos parentes e amigos” – idem acima.

NADIR (centro da terra): “Gratidão aos que trabalham conosco, colegas de trabalho e, profissionalmente falando, para os nossos empregados, funcionários, servidores etc – idem acima.

ZÊNITE (do alto da cabeça até o infinito): para todo o Brasil e toda a humanidade. – idem acima e acrescenta-se: “Que todos possam alcançar a Suprema Bem-Aventurança, o Nirvana”.

Encerrando: Reverencia-se o Estado de Iluminação presente em cada um.

Veja a amplitude desta prática diária, ao fazermos as “Reverências aos Pontos Cardeais”, estamos nos conectando com todos os seres do universo. E só vai gastar uns poucos segundos do seu precioso tempo.

Saúde holística para todos: saúde física, mental, espiritual, emocional, afetiva, financeira, educacional etc... saúde social, política, econômica etc... para o nosso país e para o mundo !

Feliz Ano do Rato, que está começando agora em fevereiro, para todos !

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Aniversário de Nascimento de Nichiren

Ele nasceu na localidade de Awa, província de Chiba, Japão, no dia 16 de fevereiro de 1222. Vejamos um trecho deste Grande Mestre, que exemplifica o amor, o carinho, o respeito, a reverência e a veneração que ele tinha pelo Buda Sakyamuni:

“Todos os Budas das dez direções, os sete Budas do passado, Jogyo e os demais Bodhisatvas da Terra, Monju e todos os Bodhisatvas, Sharihotsu e as pessoas dos dois veículos, os deuses budistas como Bonten, Taishaku e o Demônio do Sexto Céu, o Rei Ashura e os governantes de todos os países do mundo inteiro – cada um deles é a própria manifestação de Sakyamuni, o Lord dos ensinos. Por exemplo, se Sakyamuni fosse comparado à lua no céu, a multidão de Budas e Bodhisatvas seria como seu reflexo sobre uma imensurável quantidade de poças d´água”.

IKEDA, Daisaku. Sutra de Lótus – preleção dos capítulos Hoben e Juryo. São Paulo, Editora Brasil Seikyo, 2001, p.194.

(Obs.: a questão sobre o reflexo da lua em uma poça d`água, é uma referência a um famoso poema do Mestre Dogen, Grande Patriarca da linhagem Soto Zen, seu contemporâneo).

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Nosso Notável Nagarjuna

Os praticantes da HBS fazem uma “Oração de Gratidão”, por sinal muito bonita, que em certo trecho, faz uma referência ao “Bossatsu Ryujuu”, trata-se, na verdade, do Bodhisatva e Grande Mestre Nagarjuna. Ryujuu é a forma carinhosa como os japoneses chamam este iluminado ser.

Nagarjuna influenciou todo o Budismo Mahayana, o Grande Veículo, em especial o pensamento, a vida e a obra de nosso querido Patriarca Nichiren.

Vejamos alguns trechos de autoria do especialista francês em estudos asiáticos, Jean-Michel Varene, no livro O Zen, publicado em 1986, pela editora Martins Fontes:

“Nagarjuna é o fundador de uma escola mahayanista (Madhyamika ou “Escola do Meio”) cuja repercussão foi imensa tanto para o pensamento búdico como para a totalidade da metafísica indiana (sua influência sobre Shankara e o Vedanta é, hoje, admitida por inúmeros pesquisadores).

“Nascido por volta do século II ou III de nossa era, Nagarjuna revolucionou os dados especulativos do budismo. Não se contentando em aprofundar a noção de vacuidade universal, resolveu todas as contradições graças a um talento dialético excepcional, chegando a preceituar a identidade lógica dos contrários (a célebre coincidentia oppositorum dos sábios cristãos medievais Mestre Eckhart e Nicolau de Cusa).

“Sua imensa obra (infelizmente pouco traduzida) é coroada por um longo comentário em verso (25 mil estrofes) do Prajnaparamita.

“O Madhyamika propõe uma via intermediária, resolvendo as tensões entre o realismo (a crença na existência dos fenômenos) e o niilismo (a crença no nada).

“Nagarjuna e seus discípulos não se contentaram em enunciar verdades dogmáticas ou conceituais, recorreram a uma prática dialética e contemplativa.

“A escola de Nagarjuna preceitua uma ciência dialética operacional destinada a purificar a mente, a desmontar seus andaimes intelectuais, a pulverizar as superimposições que velam a percepção da verdade.

“O Madhyamika pulveriza os temais fundamentais do budismo clássico.

“As Quatro Nobres Verdades proclamadas pelo próprio Buda não têm propriedade congênita, e, em conseqüência, invocá-las é tão absurdo como negá-las.

“A lógica iconoclasta de Nagarjuna coloca certas questões cruciais à ortodoxia búdica:

“- Já que não existe nenhuma diferença entre Nirvana e Samsara, como distinguir o “desperto” da pessoa ainda “presa” aos fenômenos?

“O Nirvana não passa de uma construção suplementar da mente, ou, se preferirmos, de um refinamento do espírito.

“Empenhado em podar as pseudocertezas espirituais em que se fundara o ensino tradicional, o Madhyamika traz sangue novo, vivificante, à prática pedagógica búdica”. (págs. 41 a 43).

sábado, 9 de fevereiro de 2008

A Flexibilidade Budista

“A despeito da diferença de linguagem, acredito ser quase inevitável que as pessoas comecem a adaptar-se à flexível, multipolar e intuitiva maneira budista de ver as coisas. Vivemos numa era em que a ciência explorou muitos e delicados aspectos da vida e do universo – ampliando o conhecimento da Terra e do cosmo muito além do que sequer podia ser imaginado algumas décadas atrás – e, acredito que, no presente estágio, faz-se imperioso um reexame da tradicional sabedoria do Oriente e, principalmente, das relativistas idéias do budismo. (pág. 55).

“A sabedoria do budismo é profunda e, entre as suas mais profundas colocações, está a idéia de que todas as coisas precisam ser vistas de diferentes ângulos. Ao tentarmos entender fenômenos fundamentais, como a vida e o cosmo, temos de evitar a observação e a análise de um único ponto. É essencial que sejamos flexíveis e examinemos as coisas de várias maneiras e em diversos contextos. Do contrário, não obteremos senão meias verdades ou mentiras”. (pág. 69).

- Daisaku Ikeda. Vida – um enigma, uma jóia preciosa. Editora Record, 1982.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Promessa feita ao Buda Primordial Shakamuni

“A frase “kyouke seigan” diariamente pronunciada perante o Gohouzen (altar) significa literalmente “voto de uma conversão”. No dicionário Houaiss, a palavra voto por sua vez quer dizer: promessa feita à divindade.

Quando fazemos o voto de conversão, na realidade colocamos uma meta de praticar o Caminho de Bossatsu (Bodhisatva), atividade espiritual que nos traz o acúmulo de méritos para recebermos as virtudes da iluminação.

Fazer preces ao Gohouzen, rogando pela obtenção de forças para concretizar a conversão é o princípio da prática da fé.

Vamos aproveitar a ocasião do 100º aniversário da HBS do Brasil e transmitir a importância da expansão aos demais fiéis do grupo ou do Templo, para que todos façam votos de uma conversão”.

(Informativo Hoshoji, junho 2007, Templo HBS de Itaguaí: Estrada RJ 99, nº 716, bairro Piranema. Tel. (21) 2687-6174).