segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Natal, naTao

(uma poesia do monge Hakuan)

Feliz Natal
Feliz naTAO
feliz é aquele(a)
que vive no Tao

Natal é Cristo
naTao é Buda
Natal é nascer
naTao é re-nascer.

Nas-cer
Renas-ser

Ser um
Em Cristo, em Buda

menino Jesus, menino Sidarta
menino você, menina você

todos somos crianças.

Quando é que vamos aprender?

Aprender a ser
Apreender
Empreender
Entender

Que Tao, em chinês
Virou Théos, em grego
Deus, em português.

Daí a reverência:
namasTê, em sânscrito

Deus em mim
Saúda Deus em Ti.

Namas, vem de namo, em páli.
Eu me refugio
na partícula
Buda
na partícula
Deus
que existe em mim
que existe em você,
no outro, no próximo.

E se Ele, está, é
tão perto, tão próximo
por que o tornamos tão longe?

a solução?

todos os dias no Tao
todo dia é Natal
dia de florescer
a parte boa que existe em mim
a parte boa que existe em você.

Feliz Ano Novo também !
Se nascemos a todo instante
A cada momento surge um novo ano
uma nova oportunidade
de ser feliz.

Feliz Natal
Feliz tudo de bom
Feliz tudo de Buda
Feliz tudo de Cristo

Feliz Natal
feliz é você
que vive no Tao.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Adote Uma Árvore

Adote Uma Árvore
Santa Teresa, RJ, dez/07 – Ano I – nº 6
antoniocpbr@click21.com.br
http://budismoprimordialrio.blogspot.com
Antonio Carlos Rocha (professor)
-------------------------------------------------------
Editorial:
SER HUMANO OU CONSUMI-DOR ?

É muito bom estudarmos as palavras, o que elas querem dizer, sua origem, sua essência, seu significado nas entrelinhas e entreletras e assim, ficamos sabendo o que, de fato, elas querem realmente dizer.
Em nºs. anteriores vimos que o turismo “sustentável” e o desenvolvimento “sustentável” são eufemismos para continuarem com a exploração, com uma aparenciazinha de modernidade... a corda sempre arrebenta do lado mais fraco, então quem vai segurar por baixo mesmo é a população... quem vai servir de escora são os menos influentes na mídia. É só conferir no dicionário Aurélio os termos sustentar e sustentável, como bem lembrou o Álvaro Braga.
Agora, meditemos um pouco no verbo con-sumir, no vocábulo consumi-dor. Quanto mais você con-sumir mais o seu dinheiro vai sumir e é provável que a sua paciência também e então, você enfrentará filas e mais filas para pagar os seu débitos. Com isso, talvez o ato de con-sumir irá te trazer estresse e outras “dores” mais.
Interessante que deixamos de ser seres humanos e nos tornamos consumi-dores. Haja dor, chateação, e outros sinônimos, principalmente, quando se está no vermelho.
A sorte do con-sumismo (para sumir mesmo) é que especialistas já descobriram, de longa data, que o ato de con-sumir traz satisfações “românticas”.
Como todo mundo é carente de alguma coisa: atenção, educação, saúde, finanças, afeto, amor, sexo, carinho etc; o ato de con-sumir entra como um complemento, como uma compensação, uma transferência.
Dúvidas? Confiram no ótimo livro “A ética romântica e o espírito do consumismo moderno”, de autoria do sociólogo Colin Campbell, Editora Rocco, 2002, 404 páginas.
O “romantismo” foi um estilo de época surgido na Literatura, no século XVIII, mas a carência do ser humano é tão grande e se manifesta em tanta coisa que daí para o consumismo foi um pulo.
Portanto, preste bastante atenção na próxima compra, faça uma auto-análise e veja se, realmente, você está precisando do tal produto.
Boas economias !

-----------------------------------------------------------------

* Agradecemos à Padaria das Famílias pela doação dos ingredientes para o bolo de 1 metro, por ocasião da Festa do Aniversário de Santa Teresa.

* Agradecemos ao Meirelles, do Ora pro Nobis que no último “Amast na Praça” ajudou com mesas e outros apoios. Agradecemos a Graça do Mike’s Haus, cedeu espaço e simpatia. Agradecemos à Mercearia Bacelar e ao Atelier Solaris pelo apoio e oferecimento da escada para colocarmos as faixas. Agradecemos à Regina Rocha pela ajuda no equipamento de som. Por extensão, agradecemos aos moradores do prédio local e todos os que direta ou indiretamente colaboraram para o sucesso das poesias e leitura dos textos de Mário Quintana pela Tânia Scher.

* “Amast na Praça” é uma espécie de Ouvidoria do bairro. Veja a nossa agenda: hoje, 15 de dezembro de 2007 – no Mirante Guardas do Imperador (em frente ao Corpo de Bombeiros); 19 de janeiro de 2008 – na Esquina das Carmelitas (confluência das ruas Hermenegildo de Barros, Dias de Barros e Ladeira de Santa Teresa); 16 de fevereiro de 2008 – escadarias da Rua Joaquim Murtinho. Sempre no terceiro sábado de cada mês, de 11 às 14 horas.

* Mais sugestões surgem: brevemente “Amast na Praça” na Rua Cardeal Sebastião Leme com Rua Monte Alegre. Aguarde.

* “Adote Uma Árvore” é um boletim mensal, artesanal, virtual e impresso. Edições anteriores veja no blog acima citado.

* Se você concordar, pode tirar cópias e passar adiante. Obrigado !

* Mantenha a cidade limpa e o seu bairro também. Não jogue esta folha no chão. Se não quiser deixe em uma banca de jornal. Peça ao jornaleiro, sempre vai aparecer alguém interessado.

* Em recente pesquisa divulgada na mídia, a 7ª DP, em Santa Teresa, foi eleita a 3ª melhor Delegacia do Brasil. Parabéns à equipe.

* Justiça seja feita: o Cel. Mendes, comandante do 1º BPM tem se esforçado, dentro de suas possibilidades, para ajudar na segurança do bairro. Uma área difícil, reconheçamos, nem sempre é fácil.

* Colaboração do leitor: “Pessoal. Esta é demais. A mulher do artista plástico Morriconi, solicitou ao Parques e Jardins autorização para cortar uma paineira, por causa da raiz que invadiu a casa de uma vizinha, arrebentou o cano de gás e quase causou um dano de maiores proporções. O órgão da prefeitura autorizou e ainda cobrou R$ 450,00 pela licença. De órgão público se transformou em empresa privada, será que haveria mesmo necessidade de detonar a árvore toda? Acho que a intervenção poderia ser feita pontual, cortando a raiz que invadiu o muro e fazendo uma poda, com isso direcionaria a árvore para uma posição em que não mais causasse problemas no futuro. Os manejos de intervenção são possíveis e factíveis de acomodar as espécies de um modo onde não haja necessidade de sacrificar a árvore ou quaisquer outras. As práticas de manejos mudaram, é necessário que a Fundação Parques e Jardins da prefeitura, também o faça. (Luiz Alves, por e-mail)”.

* A bela exposição “A Fauna em Madeira” está acontecendo no Parque Nacional da Tijuca até 11 de fevereiro. São esculturas de Marcos Duarte. Uma promoção BiodiversidARTE e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Estrada da Cascatinha, 850, Alto da Boa Vista. O folheto do evento esclarece: “(...) as peças apresentadas (...) foram criadas a partir de pedaços de cedros, vinháticos e camarás, derrubados por conta de fenômenos naturais ou podas realizadas por motivos de segurança, em áreas rurais e urbanas”. Nenhuma árvore foi sacrificada. Lá estivemos: este que vos escreve, Heloisa, Antoni e Dora. A vernissage fazia-se acompanhar de ótimo coquetel.

* FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO !

* ”Mas lembremos: nessa descarioquização, os estrangeiros fazem apenas seu papel, como Villegagnon há 450 anos. Tentam invadir nossa praia a diferença é que, agora, nós estamos deixando. Valei-nos, Estácio de Sá (...) Eu sei que a Barra é longe, ou seja, um lugar que não existe. Mas lá é bacana porque tem de tudo: Downtown, self-service, drive-thru. laundry, for sale, business center, delivery, the devil bv tour...” (Trechos do ótimo artigo “Sete pecados da Capital” de Nelson Vasconcelos, publicado em O Globo, 07/10/07, encaminhado pelo nosso colaborador Álvaro Braga.

* Em 1972, naquela calçada próxima ao Corpo de Bombeiros havia uma placa indicando que era o “Mirante Guardas do Imperador”. A edição de 1973, do Guia Rex, pág.76, confirma. O descaso tratou de sumir com a placa e estragar a grade que era pintada e completa. E o bonde Dois Irmãos voltava dali. Queremos a placa de volta. Que os órgãos competentes reponham a placa!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

O Darma e a Democracia

No ótimo livro “Meditação Vipassana: a arte de viver segundo S.N. Goenka”, de William Hart, traduzido conjuntamente para a nossa língua pela Associação Vipassana de Portugal e Associação Vipassana do Brasil, encontramos à página 221, um agradecimento do autor ao, entre outros nomes importantes, Venerável Piyadassi, do Sri Lanka.

Trata-se do Venerável Piyadassi Maha Thera, fundador e presidente, enquanto viveu, da Sociedade de Publicações Budistas, da cidade de Kandy, no citado país.

Tivemos a grata satisfação de conhecer pessoalmente o Venerável Piyadassi quando ele esteve no Rio, em 1972, a convite do monge Terra Pura Murilo Nunes de Azevedo, então presidente da Sociedade Teosófica no Brasil.

O Venerável Piyadassi era uma espécie de “cardeal” do Budismo Theravada no Sri Lanka e foi recepcionado por uma pequena colônia de cingaleses que, na ocasião, viviam na cidade maravilhosa.

O conceituado monge Piyadassi veio lançar em português um livreto de sua autoria, já traduzido para vários idiomas, que se chama “Budismo – uma mensagem viva”. A tradução esteve a cargo do também teósofo Gyl Fortes.

Vejamos um trecho do opúsculo, págs. 13 e 14:

“O Budismo dá muita ênfase às idéias e às instituições democráticas e embora, muito sabiamente, ele tivesse se abstido de interferir nos governos de sua época, fez da Sangha, comunidade de monges, uma instituição absolutamente democrática. “Para muitos pode parecer uma surpresa”, assim se expressou o Marquês de Zetland, antigo vice-rei da Índia, “o descobrir que nas assembléias budistas realizadas há dois mil anos na Índia é que se encontram os rudimentos de nossa própria prática parlamentar de hoje” (...) Na introdução do seu livro “The legacy of Índia” (p. X, XI), lorde Zetland faz alusão a “o Orador”, o “Líder da Casa”, “o quorum”, “o voto”, “a ordem do dia”, “a aprovação de um projeto após três leituras”, tudo isto tem lugar com as devidas formalidades, nas reuniões da Sangha. Até mesmo a idéia de votar por procuração se encontra no código disciplinar de Buda (Vinaya)”.

Após sua passagem pelo Rio, o Venerável Piyadassi foi para Buenos Aires, onde este pequeno grande livrete foi publicado pela Editorial Kier.

Nossa gratidão e reverências a estes dois grandes monges, já falecidos: Venerável Piyadassi Maha Thera e Murilo Nunes de Azevedo.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Budismo Primordial HBS
Rio de Janeiro, dezembro – 2007 – nº 16.
Hakuan (Antonio Carlos Rocha)
Gakutô (Auxiliar Sacerdotal)
antoniocpbr@click21.com.br
http://budismoprimordialrio.blogspot.com

Editorial:

A Editora Bodigaya acaba de lançar o mais recente livro do monge Zen vietnamita Thich Nhat Hanh em nossa língua. Trata-se de “Velho Caminho, Nuvens Brancas – Seguindo as Pegadas do Buda”. Excelente obra, muito bem traduzida por Enio Burgos. São 456 páginas de sabedoria e de encantamento.

Milhões de exemplares deste livro foram publicados em diversos países. Hollywood transformou-o em uma grandiosa produção cinematográfica com o nome BUDA. Deve estrear no Brasil, em 2008.

Já que estamos em época de final de ano, é um excelente presente. Recomendo.

Abri ao acaso e na página 159 o texto conta que o Buda, acompanhado de 1250 monges foi fazer uma visita ao palácio de um determinado rei. Além dos monges, os anfitriões convidaram mais seiscentas pessoas entre serviçais e amigos da corte. Após o almoço, a Rainha diz ao Buda que ela havia convidado quatrocentas crianças e pede ao Mestre Sidarta que ele ensine alguma coisa à meninada. Nesse momento as quatro centenas de pequenos e pequenas aproximam-se, rodeiam o sábio Gautama e ele fala não apenas às crianças, mas a todos os presentes, inclusive a nós, hoje aqui, em pleno século XXI, que somos “crianças” espirituais e ainda com muito aprendizado pela frente:

“Crianças, antes de me tornar um ser humano, vivi como terra, pedras, plantas, aves e muitos outros tipos de animais. Vocês também, tiveram vidas passadas como terra, pedras, aves e animais. Talvez vocês estejam aqui, diante de mim hoje, devido a alguma conexão que nós compartilhamos em uma vida passada. Talvez, em uma outra vida, nós tenhamos compartilhado alegria ou dor.”

O sutra continua e é grande, mas é belissimamente ecológica e atualíssima esta mensagem. O sentido de interdependência de que estamos todos inteligados está presente neste e em outros ensinamentos do Buda. Talvez, se os seres humanos não tivessem se esquecido desta lição, quem sabe hoje, o planeta não estaria tão ameaçado em termos de poluição, efeito estufa e outros problemas mais.

Estamos em uma época natalina e eu me lembrei de que Jesus certa feita falou: “Sois pó e ao pó haveis de voltar”. Somos terra e a terra voltaremos, das mais diversas formas, somos natureza. Fazemos parte do ecossistema, não nos esqueçamos disso.

Feliz Natal e Próspero Ano Novo a todos. Com as bênçãos do Senhor Buda Primordial !

Hakuan

----------------------------------------------------------------------------

O Buda Eterno

A sabedoria de Buda é tão imensa quanto é vasto o oceano; e sua essência é toda de misericórdia.

Buda não tem forma, mas se manifesta em bondade e nos guia com seu coração misericordioso.

Os homens crêem que Buda nasceu como Príncipe e que, como monge mendicante trilhou o árduo caminho da iluminação. Não obstante esta longa preparação, Buda sempre existiu neste mundo que não tem nem princípio nem fim.

Como Buda Eterno, Ele conhece a natureza dos homens e procura salvá-los, usando de todos os meios.

Não há falsidade no Dharma (Ensinamento) Eterno pois Buda conhece todas as coisas do mundo como elas são, e as ensina a todos os homens.

É difícil conhecer o mundo como ele é verdadeiramente, pois, embora pareça real ele não o é, e embora pareça falso, ele não o é. Os néscios não podem conhecer a verdade a respeito do mundo.

Somente Buda conhece, verdadeira e completamente, o mundo como ele é. Ele mostra o mundo como ele é, nunca dizendo que ele é real ou falso, que é bom ou mau.

O que Buda ensina é precisamente isto: que todos os homens devem cultivar raízes de virtude, de acordo com suas naturezas, atos ou crenças. Este ensinamento transcende a toda afirmação ou negação a respeito do mundo.

Buda ensina não só através de palavras, como também através de sua vida. Embora sua vida seja infindável, Ele usa o artifício do nascimento e da morte, para ensinar os homens que almejam a vida eterna, e para despertar-lhes a atenção.

Não procureis conhecer Buda por sua forma ou atributos, pois nem a forma nem os atributos são o Buda real. O verdadeiro Buda é a própria iluminação. A verdadeira maneira de conhecer Buda é buscar a iluminação.

Se alguém vê alguma excelente imagem de Buda e pensa que já conhece Buda está incorrendo em erro, pois o verdadeiro Buda não pode ser representado por formas ou visto por olhos humanos. Nem se pode conhecer Buda por uma perfeita descrição de Seus atributos com palavras humanas.

Embora falemos de Sua forma, o Buda Eterno não tem forma fixa, podendo manifestar-se em qualquer forma. Ainda que descrevamos Seus atributos o Buda Eterno não tem atributos fixos, mas pode manifestar-se em todos e quaisquer primorosos atributos.


(trechos do livro “A Doutrina de Buda” (publicado pela Bukkyo Dendo Kyokai – Fundação para a Propagação do Budismo. A BDK é uma instituição de empresários japoneses e edita este volume de 310 páginas em várias línguas, distribuindo-o gratuitamente em hotéis e eventos públicos).
Lema do Budismo Primordial HBS:
“Oramos pela harmonia do universo, através da prática de virtudes, do aperfeiçoamento espiritual e da solidariedade dos seres”.
............................................................................
24 Palavras Dármicas:
“Eu vos respeito profundamente, de maneira nenhuma vos desprezo. Isso justamente porque vós todos, ao praticardes o Caminho de Bossatsu (Bodhisatva), certamente atingireis a iluminação”.
..............................................................................
BUDISMO PRIMORDIAL HBS é um boletim mensal, artesanal, impresso e virtual no município do Rio de Janeiro. Honmon Butsuryu Shu é a mais antiga linhagem budista no Brasil. Chegou aqui em 1908, junto com os primeiros imigrantes japoneses. Nosso núcleo de expansão está ligado ao Templo Nyorenji, Curitiba, PR. Bispo Kyohaku Correia, nosso Mestre (Odoshi). www.budismo.com.br
......................................................................................
Se você quiser uma reunião de estudos, orações, prática de Odaimôku (recitação contínua do Mantra Sagrado NA MU MYOU HOU REN GUE KYOU) ou atendimento espiritual, em sua casa, no seu trabalho, escola, colégio, faculdade ou praça pública, por favor, avise-nos.
...............................................................................
Importante: Se você concordar pode tirar cópias e passar adiante. Obrigado !
..........................................................................................

REUNIÕES PÚBLICAS: Toda quarta-feira, às 19:15 e no primeiro sábado de cada mês, às 16 horas. Av. Presidente Vargas, 509 sala 503 (próximo à Estação Uruguaiana do Metrô). Tel. 2222-1126. Visite-nos ! Seja bem-vindo(a).
Os boletins anteriores e informações sobre cursos e palestras estão no site: www.espacoyogananda.com

MENSALIDADE: Se possível, colabore com R$10,00 para manutenção da sala e dos anúncios veiculados na imprensa alternativa.

Programação visual: Levi Galvão – e-mail: levigalvao@hotmail.com

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

"Oomôto" significa "Grande Origem"

“A Oomoto cultua o Grande Deus do Princípio Criador. Deus é um só, embora as religiões lhe dêem nomes diferentes: Jeová, Senhor, Alá.
“Para a Oomoto, todos os Mestres foram instrutores divinos: Cristo representa a piedade. Buda Sakyamuni, a harmonia. Confúcio, a sabedoria e Maomé a coragem.
“Os indivíduos, da mesma forma, expressam um desses atributos em maior grau. O novo Mestrre terá todas essas qualidades. Como dizem os teosofistas, o Cristo da Era de Aquário e o Buda Maitreya são o mesmo Mestre que virá para iluminar a humanidade”. – folhetos: nº 1 e 2 da Oomoto do Brasil.
Fundada em 1892 pela Senhora Nao Deguchi (1837-1918) é uma filosofia de inspiração Xintoísta, presente em vários países. Desde muito criança, Nao unia os princípios budistas e xintoístas. Sua família pertencia à linhagem Konkokyo (Luz de Ouro).
Em 8 de novembro de 1980, Sua Santidade o Dalai Lama visitou a cidade de Kameoka, no Japão, um dos locais sagrado da Oomoto. A língua oficial desta corrente é o Esperanto, uma língua internacional criada pelo polonês Zamenhof, em 1887.
A Associação Religiosa Oomoto chegou ao Brasil em 1924. A sede fica em Jandira, SP, publicam mensalmente o jornal “Hakkoen”.
É uma turma sempre alegre e com um ótimo astral ! Nosso blog irá, com freqüência, falar das obras dessa religião de paz, harmonia e beleza. Um grande e fraterno abraço aos oomontanos.
Conheça o site www.oomotodobrasil.org.br e falecom@oomotodobrasil.org.br

domingo, 18 de novembro de 2007

Três Sutras Budistas

Carlos Lessa é um grande estudioso do Budismo no Brasil, de longa data. O seu site www.geocities.com/callceb/ já foi visitado por mais de 40 (quarenta) mil pessoas. Ele mantém o virtual Centro de Estudos do Budismo, com ótimas informações sobre diversas linhagens, textos e esclarecimentos gerais para os pesquisadores e o grande público.

É também tradutor de algumas excelentes obras e as edita de forma artesanal, alternativa, na forma de espiral, mas o conteúdo é muito importante.

É o caso deste “Três Sutras Budistas” que tem como subtítulo “um estudo das palavras do Buddha”. Ele aborda os sutras: “Pondo em Movimento a Roda da Lei”; “O Sutra do Não-Eu ou Impessoalidade” e “O Sutra do Fogo”.

São textos da tradição Theravada, mas no final Lessa os relaciona com o Zôagon Mujokyô, “Sutra da Impermanência”, em japonês, e o He Prajna Paramita Hrdaya Sutra, conhecido como o “Sutra do Coração”, ambos de linhagens Mahayana.

A edição deste opúsculo é de 1997, mas a atualidade é perene. Nos mostra a Palavra do Senhor Buda !

A tradução, adaptação e notas de Carlos Lessa teve como base o livro do Venerável Nanamoli Thera, Three Cardinal Discourses of the Buddha, publicado dentro da coleção “Wheel”, um selo da Buddhist Pali Society, do Sri Lanka.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Religiões Comparadas

Religionswissenschaft – Disciplina (ciência da religião) ou grupo de disciplinas que equivale à história das religiões, à religião comparada e à fenomenologia da religião, ou que as compreende. A comparação das religiões começou na Grécia antiga (já no tempo de Xenófanes, no fim do século VI AEC – antes da era cristã). Recentemente, o crescimento do vasto cabedal de informações (provenientes de viajantes, mercadores, missionários etc) estimulou as tentativas para ordená-lo e organizá-lo. Religião Comparada passou a ser o título oficial (porém enganoso) do trabalho de descrever e classificar muitas religiões com os olhos voltados para as suas similaridades e diferenças. No intuito de evitar a prevenção (quer religiosa, quer anti-religiosa) e o dogmatismo (em relação à veracidade ou superioridade de determinada religião) discernidos em muitos estudos realizados no século XIX, as histórias da religião tendem a ser específicas, focalizando apenas uma tradição ou área cultural. Os estudos mais gerais pertencem ao terreno da tipologia (estrutural ou histórica) e à disciplina que antigamente a incluía, mas que agora se distingue cada vez mais dela: a fenomenologia da religião. De todas elas estão agora separadas, de um lado as Ciências da Religião e, de outro a Filosofia da Religião e a Teologia. O que se pode depreender claramente de tudo isso neste século é que, para entender o significado de Religião, para apreciar-lhe a posição como aspecto significativo da cultura e para compreender-lhe as variadas estruturas e inúmeras funções, será necessário fazê-lo tão-somente através da cooperação de estudiosos de muitas disciplinas, num estudo acadêmico polimetódico, que alie o rigor à sensibilidade.

- John R. Hinnells. Dicionário das Religiões, Ed. Cultrix, 1991, p. 232.

(o autor é professor do Departamento de Religião Comparada da Universidade de Manchester, Inglaterra; e coordenou, para a feitura deste dicionário, uma equipe internacional de especialistas na área).

domingo, 11 de novembro de 2007

Linhagem Daijokyo chega ao Brasil

Aos estimados cidadãos de Belo Horizonte:
Em primeiro lugar, gostaria de expressar minha grande felicidade e honra de
poder encontrar-me com os Senhores aqui presentes e, ao mesmo tempo,
agradecer-lhes profundamente por estar sendo hoje brindado com esta
maravilhosa oportunidade de apresentar-lhes a religião budista Daijokyo.
A religião budista Daijokyo, foi fundada em Nagoya pela Reverenda Tatsuko
Sugiyama a uns 90 anos atrás, como congregação que se dedica ao lar e
professa a “Lei Mística do Sutra de Lótus (Hokekyo)”, o máximo ensino do
divino Buda.
Por convicção da Reverenda Tatsuko Sugiyama, viemos transmitindo o ensino
do divino Buda, tendo em mente o seu grande sentido ao ser praticado na
própria vida familiar e não ao ser venerado como algo distante pelos que
vivemos no presente.
Ainda mais, acreditamos que o divino Buda, na filosofia original, sempre
desejou a felicidade do maior número de pessoas, através da Doutrina do Sutra
Hokekyo.
A Reverenda Tatsuko Sugiyama, durante a sua vida, a convicção pela Doutrina
da religião budista Daijokyo antes mencionada, concentrou como palavra de
promessa na seguinte maneira:
“WARE ENBUDAI NO TAIYO TO NARAN”,
que significa:
“Assumamos a função do Sol de iluminar o mundo inteiro, pondo em
prática a Doutrina do Sutra Hokekyo por própria vontade”.
Para por em prática a palavra de promessa, a Reverenda Tatsuko Sugiyama,
por um lado, dedicava-se a orientar o ensino do Sutra dia e noite e, por outro
lado, a socorrer as vítimas dos grandes desastres, as pessoas discriminadas
por serem portadoras da doença de Hansen (lepra), etc., obtendo magníficos
resultados.
1
Estas atividades de Assistência Social, recentemente, estão chamando a
atenção dos estudiosos da História Moderna do Japão e, em algumas ocasiões,
a Reverenda Tatsuko Sugiyama é denominada “Mãe dos Voluntários”.
Após o falecimento da fundadora, a Daijokyo, para cumprir a promessa,
realizou a atividade de propagação da Doutrina do Sutra Hokekyo, não
somente às pessoas do Japão, mas também ao povo da Índia, terra de origem
do Budismo.
Ao mesmo tempo, realizou atividades de Assistência Social, através de
administração escolar, distribuição de medicamentos, etc..
Por estas atividades, reconhecidas pela Ex-primeira-ministra da Índia, Indira
Gandhi, em 1973, tivemos a honra de receber o “Osso Sagrado do Divino
Buda”.
Em 1983, recebemos a autorização de construir um templo anexo em
Buddhagaya, Terra Santa dos budistas, onde o Divino Buda alcançou a
iluminação e, em 1989, também em Buddhagaya, construímos uma estátua de
Buda de 25 metros de altura.
Nesta oportunidade, na cerimônia de retirada do véu, tivemos a honra de ter a
participação da Sua Santidade Dalai Lama do Tibete.
Às pessoas que desejarem mais informações, solicitamos que vejam os
informativos que serão distribuídos posteriormente ou que acessem o Website
da religião budista Daijokyo.
O que nos faz acreditar ser uma lástima é a nossa falta de contato com o povo
brasileiro. Isto ocorreu por faltar-nos esforço e oportunidade de visitarmos o
Brasil até hoje.
Se tivéssemos solicitado, talvez pudéssemos ter tido a oportunidade de visitar
este país.
A maior razão de não termos conseguido essa oportunidade, sem dúvida, foi
devido à nossa negligência.
2
Na realidade, pelas informações que temos, é evidente que a nossa Reverenda
Tatsuko Sugiyama, durante a sua vida, sempre teve forte desejo de propagar a
religião budista Daijokyo no Brasil.
Na realidade, para transmitir a verdadeira lógica da Doutrina do Sutra Hokekyo
ao povo brasileiro, que tem a cultura e o idioma diferentes dos nossos, é um
tema que pode-nos causar grandes dificuldades.
Não obstante, nesta oportunidade de hoje, que tanto esperávamos, gostaria
poder dar o primeiro passo para iniciar a propagação da Doutrina da Daijokyo
no Brasil e poder realizar o sonho desenhado pela nossa Reverenda Tatsuko
Sugiyama.
Felizmente, temos várias famílias nesta cidade de Belo Horizonte que, há
muitos anos, recebem a nossa edição mensal “Houto”.
Se possível, o nosso grande desejo é ampliar o círculo de propagação do
Doutrina da Daijokyo, realizando tal atividade em mútua colaboração com estas
pessoas que recebem a nossa edição e que, no futuro próximo, consigamos
colher os frutos, na qualidade de Centro de Propagação.
Para finalizar, gostaria de comunicar-lhes que estaremos rezando sempre pela
felicidade e prosperidade de todos.
“Namu-Myo-Ho-Ren-Ge-Kyo (Eu dedico a minha vida à Lei Mística do
Sutra de Lótus).”
Hoyo Sugisaki
Presidente da Daijokyo

sábado, 10 de novembro de 2007

Butão: botão de Buda

(poesia do monge Hakuan)

Butão
simbólico botão
não é só um país
é um plano espiritual
um estágio
na infinita caminhada

compreender é viver

Butão - botão - dragão
semente - flor
plante - desenvolva - cultive
colha essa luz

há um Butão
em cada um de nós
há um botão
semente de Buda
em todos nós.

no mais
um abraço do
amigo Dragão.

domingo, 4 de novembro de 2007

Adote Uma Árvore, boletim nº 5, novembro/2007

Adote Uma Árvore
Santa Teresa, RJ, nov/07 – Ano I – nº 5
antoniocpbr@click21.com.br
http://budismoprimordialrio.blogspot.com
Antonio Carlos Rocha (escritor)
-------------------------------------------------------
Editorial:
AME O SEU BAIRRO

Em tempos idos, a ditadura inventou um slogan parecido. Naquela época os poderes constituídos, na marra, afirmavam: “Brasil: Ame-o ou deixe-o”. Na verdade, eles tentavam confundir o regime e a opinião pública. Os governantes são transitórios, passageiros o país não. E assim, com o passar do tempo, passou-se a misturar os governantes com a nação, com os estados, com os municípios.
São coisas bem diferentes. Os governantes, os políticos, os poderes, as pessoas, os partidos quaisquer que sejam eles, são transitórios, são passageiros, efêmeros, podem até demorar um pouco no cenário público, mas um dia passam, como, aliás, tudo nessa vida – e esta é uma das grandes lições do pensador Sidarta Gautama, o Buda.
O país permanece, ainda que o estraguem. Os estados continuam, ainda que os depredem. Os municípios sobrevivem “aos trancos e barrancos” como diria Darcy Ribeiro, em memorável livro de mesmo nome. O planeta sobreviverá, com outras formas de vida, e não necessariamente a vida humana.
Urge, portanto, resgatarmos o lado saudável do amor à Pátria, e não apenas só em tempo de Copa do Mundo. O amor ao Estado, o amor ao Município, o amor ao bairro, o amor à rua onde você mora, à esquina onde você vive etc.
Seu bairro é uma espécie de sua segunda casa. Se você não cuidar de sua casa quem é que vai cuidar? Estamos mal acostumados a pensar, a achar, a julgar e a agir como se os governos e os governantes fossem responsáveis por tudo (não são e, na verdade, as elites – palavra da moda - adoram isso porque enquanto assim pensarmos elas se perpetuam na direção, no poder).
Certamente, a primeira forma de amar o seu bairro é democraticamente participar da AMAST. Venha para somar, para ajudar, sem tentar repetir o lamentável jogo de poder que as elites fazem. Pois enquanto as elites fazem o jogo do poder, jogam em cima de nós um pesado jugo.
Moradores e amigos de Santa Teresa: amemos o nosso bairro.


* Na última edição do “Amast na Praça” e deste “Adote Uma Árvore” descobrimos que a centenária amendoeira que abrilhanta o Largo do França está doente. Já entramos em contato com a Fundação Parques e Jardins e envidaremos esforços para cuidar desta nossa querida irmã do reino vegetal. Mudas de plantas também foram distribuídas. A atriz Tânia Scher adotou a referida amendoeira e um casal tornou-se padrinho e madrinha da soberana árvore.

* “Amast na Praça” é uma espécie de Ouvidoria do bairro. Começa a ganhar espaço e receptividade. Fomos convidados para realizar um “Amast na Praça” nas escadarias da Rua Joaquim Murtinho. Veja a nossa agenda: 15 de dezembro de 2007 – no Mirante Guardas do Imperador (em frente ao Corpo de Bombeiros); 19 de janeiro de 2008 – na Esquina das Carmelitas (confluência das ruas Hermenegildo de Barros, Dias de Barros e Ladeira de Santa Teresa); 16 de fevereiro de 2008 – escadarias da Rua Joaquim Murtinho. Sempre no terceiro sábado de cada mês, de 11 às 14 horas.

* “Adote Uma Árvore” é um boletim mensal, artesanal, virtual e impresso. Edições anteriores veja no blog acima citado.

* Se você concordar, pode tirar cópias e passar adiante. Obrigado !

* Mantenha a cidade limpa e o seu bairro também. Não jogue esta folha no chão. Se não quiser deixe em uma banca de jornal. Peça ao jornaleiro, sempre vai aparecer alguém interessado.

*Agradecemos ao Mike’s Haus pela acolhida deste “Amast na Praça”, local: Vista Alegre.

* A Fundação Darcy Ribeiro, em co-edição com a Universidade do Norte Fluminense, lançou os números 2 e 5 do “Caderno Fazimentos”: O nº 2 é sobre a vida e a obra desse grande brasileiro. O nº 5 é dedicado a Tatiana Memória, presidente da instituição, recentemente falecida. Houve também o lançamento do DVD “Darcy Ribeiro, o Guerreiro Sonhador”. Um trabalho primoroso. Parabéns às equipes que produziram tanto o filme quanto os cadernos.

* Espaço Saúde: serviço terapêutico acessível a todos: psicologia clínica, fonoaudiologia, terapias holísticas, bioenergia, reiki e mais aulas de artesanato; pintura em tecido, pintura Bauern Malerei, pintura decorativa, pintura country, chochet, tricot, patchwork na Catedral Anglicana de São Paulo Apóstolo.

* “Sei que existe quem diga que é uma coisa idiota fazer esse estardalhaço por causa de uma árvore. É devido a esse tipo de pensamento que uma, duas, três milhões de árvores são incessantemente destruídas em nosso país. E isso me preocupa, quer seja um milhão de árvores, quer seja apenas uma. Sou um dendrólatra” – Rubem Fonseca, escritor. (chegou às nossas mãos um recorte de jornal, sem identificação e sem data, com a declaração acima. Imaginamos ser de O Globo, pois a foto que ilustra a matéria é de autoria de Joaquim Ferreira dos Santos, que assina a página “Gente Boa” no Segundo Caderno).

*Carta de Leitora: “Acrescentaria o péssimo estado de iluminação pública que deixa vários trechos de ruas totalmente as escuras. O péssimo serviço da Rioluz órgão municipal. Ainda sobre a falta de manutenção e preservação dos nossos bondes. Dois bondes funcionando é um absurdo” – Cida C. Silva, por e-mail.

* Colaboração de Leitora: “Os visitantes não conhecendo o bairro dirigem em alta velocidade como se aqui fosse pista de corrida, ou treino. Batem nos carros e fogem. Nós ficamos no prejuízo. Tinha que ter placas avisando que devem dirigir DEVAGAR, CURVA PERIGOSA, MÃO e CONTRA-MÃO. Já pedi, mas até agora nada. Parabéns a todos vocês”. – Maria Clark, por e-mail.

* “Jamais me agradou a explicação do delito pela pobreza. Existe uma grande quantidade de pessoas muito pobres que são corretas e respeitam a lei de maneira admirável. Essas pessoas associam sua identidade ao respeito dos limites. Lembro-me que, durante minha primeira campanha eleitoral, um dos meus rivais defendeu a teoria que era necessária uma política social para reduzir o crime. Respondi a ele até de forma agressiva. Dizendo que a política social tinha o seu próprio fundamento. Justificar o combate à pobreza pelo combate à criminalidade é explorar o medo das classes média e alta como o fundamento da ação política” – Antanas Mokus, prefeito de Bogotá por duas vezes (Le Monde Diplomatique Brasil, agosto/2007) – colaboração de Álvaro Braga.

* Livros do mês: Débora Franco Lerrer é jornalista com mestrado na ECA-USP e doutoranda em “Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade” na UFRuRJ. Seus dois livros são Reforma agrária os caminhos do impasse, Editora Garçoni, 2003 e “A degola” do PM pelos sem-terra em Porto Alegre – De como a mídia fabrica e impõe uma imagem, 244 páginas, Editora Revan, 2005. O jornal Le Monde Diplomatique, na França, elogiou o seu trabalho e a sua pesquisa. Uma desconstrução dos meios de comunicação.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

A Experiência da Morte

Hoje é Dia de Finados no Brasil. Todas as tradições religiosas têm a sua forma de abordar esta questão. A morte, realmente, é uma questão, um enigma, uma incógnita.

As linhagens budistas ensinam uma coisa importante: no seu último suspiro, nos seus últimos momentos tenha pensamentos elevados, virtuosos, bons. Procure se lembrar disso, não se esqueça, por maior que seja a dor no último instante desta dimensão.

É importante também você pedir, de vez em quando, ao longo da vida, aos seus guias, aos seus devas, aos seus anjos, aos seus protetores espirituais que você tenha uma passagem, um desencarne suave. Que na hora H você esteja assistido por uma plêiade de Espíritos de Luz.

É preciso ver a morte fazendo parte da vida. Apenas, uma experiência a mais.

Maiores detalhes você pode encontrar no ótimo livro “Morte, Estado Intermediário e Reencarnação no Budismo Tibetano”, editora Pensamento, 1987. Autoria de Lati Rinbochay e Jeffrey Hopkins.

Um pequeno grande livro com 100 páginas. O Venerável Lati é abade em um colégio de lamas. Jeffrey é professor de Budismo na Universidade de Virgínia. O preâmbulo é de Sua Santidade O Dalai Lama.

A obra apresenta, em tradução comentada, um texto do século XVIII. Com detalhes explica o processo e os estágios da morte, da entrada no estado intermediário entre esta vida e a seguinte.

Reverências e gratidão aos nossos familiares, parentes e amigos já falecidos. Muito obrigado a todos eles ! Que eles estejam abençoados pelos protetores espirituais.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Boletim nºs.14 e 15 = out/nov = 2007

Budismo Primordial HBS
Rio de Janeiro, out/nov – 2007 – nºs 14 e 15
Hakuan (Antonio Carlos Rocha)
Gakutô (Auxiliar Sacerdotal)
antoniocpbr@click21.com.br
http://budismoprimordialrio.blogspot.com



Editorial:

Palavras Dármicas

Todo mês o leitor encontra, na última página de nosso boletim, um trecho inspirado no Sutra Lótus que é uma prática espiritual básica para o Budismo Primordial HBS. Em português, o título ficou “24 Palavras Dármicas”. Colocamos entre parênteses, só mais uma palavrinha para explicar o termo “bossatsu” que vem a ser o conhecido “bodhisatva”. Aquele ou aquela que contém e si a semente do Estado de Buddha.
Estas palavras dármicas, na verdade, são a recomendação do Buda Sakyamuni quando, ao falar do Caminho Óctuplo, ele nos indicou como norma de vida a palavra correta. Pelos mais diversos motivos sabemos que é difícil vivenciar a palavra correta, mas não tem outro jeito, não tem outro caminho. Se quisermos trilhar o ensinamento que Sidarta Gautama nos deixou, que o Patriarca Nichiren nos legou e o Mestre Nissen nos estimulou a praticar não há outra saída senão o aprendizado búdico através da palavra correta. Claro, lógico e evidente que outros aprendizados búdicos interagem com a palavra correta e não somente ela.
Vejamos a seguir uma historieta que faz parte do Sutra Lótus e nos foi contada pelo Grande Mestre Zen, do século XX, Taisen Deshimaru, que viveu em França. Está na pág. 159 do ótimo livro “A Tigela e o Bastão”, publicado pela editora Pensamento, em 1990.
Observe que o conteúdo é o mesmo das “24 Palavras Dármicas”. Eis o conto:
“No Sutra Lótus há a seguinte história:
Um bodhisatva continuou fazendo zazen todos os dias durante anos. Não era muito inteligente. Não sabia escrever nem recitar sutra nenhum. Mas cada vez que encontrava alguém, nem que fosse um escravo, manifestava muito respeito. Fazia sempre gasshô (reverências) e, às vezes, prosternava-se-lhes aos pés, dizendo:
- Eu voz respeito, porque sois um grande Buda.
Um dia, porém, pessoas más tomaram-no à parte e se zangaram:
- És idiota ou estás zombando de nós! Não podemos acreditar em tuas palavras.
Escorraçaram-no a pauladas.
O bodhisatva fugiu mas, mesmo correndo, repetia em voz alta:
- Eu vos respeito, porque sois grandes bodhisatvas. Devo respeitar-vos ! Podeis vir a ser grandes budas.
Quando estava prestes a morrer, o bodhisatva teve a visão de um magnífico buda celeste. Logrou nesse momento, um grande satóri (iluminação) e viveu ainda longos e numerosos anos.
Se respeitarmos este preceito: “Não criticar, não falar mal de ninguém”, nossa vida poderá prolongar-se, feliz, por muito tempo.”




“A NATUREZA DO BUDA

Um discípulo chamado Esshin levava sempre sua vaca consigo quando ia ouvir os ensinamentos do mestre.

Uma noite, ao voltarem de uma palestra sobre o Hoke Kyo (Sutra Lótus), a vaca, com o casco, escreveu na areia do caminho este tanka (poesia):

Esta noite ouvi dizer
Que até as ervas, até os bosques,
Podem ter o espírito do Buda.
Estou muito feliz
Pois tenho um espírito.

Qual a significação destas linhas ?

A vaca pensava que as plantas, as árvores não tinham espíritos. Ora, nessa noite ela entendeu que, embora não passasse de um animal, tinha um espírito.

“Portanto, possuo igualmente a natureza do Buda. Meu mestre ministrou-me hoje um ensinamento precioso, que posso compreender por meio desse espírito.

As árvores, as pedras, os bosques, todos os elementos do cosmo inteiro possuem a natureza do Buda.”

(pág. 98 da referida edição)


“A PEDRA PRECIOSA

O Sutra Lótus relata esta história:

Após longa ausência, dois amigos se reencontraram. Um estava rico, o outro era um vagabundo.

Juntos beberam o saquê dos reencontros.

Meio tocado, o vagabundo adormeceu na sala e o amigo, cheio de compaixão, antes de sair, introduziu-lhe no bolso um belíssimo diamante.

“Se o meu pobre amigo tiver dificuldades, poderá conseguir uma boa soma com a venda deste diamante”, pensou.

Ao despertar, contudo, o vagabundo não encontrou o tesouro. Continuou sua vida de pobre. Volvido um ano, quiseram as circunstâncias que eles tornassem a encontrar-se.

- Como? Por que estás tão pobre assim?
- Porque sou incapaz de ganhar dinheiro.

- Que grande imbecil me saíste – disse-lhe. – Não encontraste o tesouro que te enfiei no bolso?

Por isso mesmo, Keisan escreveu:

“Se eu vos der uma pedra preciosa, devolvei-ma depressa. Se o não fizerdes agora... quando podereis fazê-lo? Aqui e agora, tendes de achar a natureza da Buda”.

Certas pessoas dizem sempre:
- Depois... depois...
Por fim, entram no caixão e repetem:
- Depois ... depois...”

(pág. 122 do citado livro).



Lema do Budismo Primordial HBS:
“Oramos pela harmonia do universo, através da prática de virtudes, do aperfeiçoamento espiritual e da solidariedade dos seres”.
............................................................................
24 Palavras Dármicas:
“Eu vos respeito profundamente, de maneira nenhuma vos desprezo. Isso justamente porque vós todos, ao praticardes o Caminho de Bossatsu (Bodhisatva), certamente atingireis a iluminação”.
..............................................................................
BUDISMO PRIMORDIAL HBS é um boletim mensal, artesanal, impresso e virtual no município do Rio de Janeiro. Honmon Butsuryu Shu é a mais antiga linhagem budista no Brasil. Chegou aqui em 1908, junto com os primeiros imigrantes japoneses. Nosso núcleo de expansão está ligado ao Templo Nyorenji, Curitiba, PR. Bispo Kyohaku Correia, nosso Mestre (Odoshi). www.budismo.com.br
......................................................................................
Se você quiser uma reunião de estudos, orações, prática de Odaimôku (recitação contínua do Mantra Sagrado NA MU MYOU HOU REN GUE KYOU) ou atendimento espiritual, em sua casa, no seu ntrabalho, escola, colégio, faculdade ou praça pública, por favor, avise-nos.
...............................................................................
Importante: Se você concordar pode tirar cópias e passar adiante. Obrigado !
..........................................................................................

REUNIÕES PÚBLICAS: Toda quarta-feira, às 19:15 e no primeiro sábado de cada mês, às 16 horas. Av. Presidente Vargas, 509 sala 503 (próximo à Estação Uruguaiana do Metrô). Tel. 2222-1126. Visite-nos ! Seja bem-vindo(a).
Os boletins anteriores e informações sobre cujrsos e palestras estão no site: www.espacoyogananda.com

MENSALIDADE: Se possível, colabore com R$10,00 para manutenção da sala e dos anúncios veiculados na imprensa alternativa.

Progreamação visual: Levi Galvão – e-mail: levigalvao@hotmail.com – tel. 9869-7667.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Namorando e Meditando

“Quando se entoa “Namu-myoho-renge-kyo”, mesmo fazendo amor, todas as paixões despertam e o sofrimento da vida e da morte é o nirvana” – Nichiren, in “As Paixões Despertam”.

“Perdoem-me, mas esse é o próprio núcleo da doutrina Mahayana. Nichiren acredita piamente que, como já somos budas e como o nirvana está presente aqui, neste mundo, até mesmo as nossas paixões expressam a natureza da pura realidade. Isso significa que, se tivermos firmemente em vista a nossa natureza de Buda, até os atos mais apaixonados permanecerão despertos. Nichiren despertava os dele repetindo o seu famoso mantra: porém, há muitas outras maneiras de fazê-lo.

“Pessoalmente, acho esse ensinamento prazeroso, afirmativo, um grande alívio ! Até porque ainda não cheguei ao estágio de conseguir abrir mão das minhas paixões. Creio que a maioria das pessoas coincide comigo neste ponto. Mas eu quero muito me libertar do apego e da ilusão. Felizmente, Buda vem ao nosso encontro no meio do caminho. Nós adoramos fazer amor (ou comer batata frita ou qualquer outra coisa); tudo bem. Mas procure preservar a sua natureza de Buda ao desfrutar essas paixões. Pense nos outros, recite um mantra, irradie a generosidade do amor, não esqueça da respiração. Buda nos oferece várias maneiras de fazê-lo; também podemos inventar um jeito só nosso. Trabalhar para vir a ser Buda é uma prática espiritual dificílima”.

Franz Metcalf. O que Buda faria? Ed. Pensamento, 2003, pág. 69. (O autor é PhD pela Universidade de Chicago e autor de vários livros, estudioso e pesquisador do Dharma).

domingo, 28 de outubro de 2007

Ciência da Felicidade

No âmbito dos novos movimentos budistas surgidos no século XX, no Japão, e que estão hoje presentes em diversos países, há um cujo nome em português é Ciência da Felicidade (Kofuku-No-Kagaku).

Em 31 de maio de 1998, fui admitido nesta ordem, através do Rev. Saito, em uma bonita cerimônia noturna, às 21 horas, no bairro carioca do Rio Comprido. Sou, talvez, o primeiro brasileiro, que não tem ascendência japonesa, a fazer parte deste movimento, no Estado do Rio de Janeiro.

Mensalmente a Ciência da Felicidade edita uma revista que já está no número 149 e o seu fundador é o mestre Ryuho Okawa, autor de vários livros, alguns deles já publicados em português, como o recente As Leis da Eternidade, via editora Cultrix. Aos poucos, neste blog de estudos, iremos falar dos seus demais livros já editados em nosso país.

Okawa é um dos autores mais conhecidos no Japão. Nos últimos 20 anos são mais de 400 (quatrocentos) livros já traduzidos para diversas línguas, perfazendo mais de 13 milhões de exemplares.

Seus ensinamentos diários, inspirados, adaptados e atualizados no Tripitaka budista e na Bíblia cristã são gravados e depois transformados em livros. Já há também filmes de longa metragens, ainda inéditos no Brasil e muitos vídeos e DVDs com suas palestras.

A primeira edição de As Leis da Eternidade, em português, saiu pela Editora Best Seller, em 1999. São 156 páginas.

Nascido em 7 de julho de 1956, formado em direito pela Universidade de Tóquio e com pós-graduação na Universidade de Nova York, Ryuho Okawa, com a esposa Kyoko, três filhos e duas filhas dedicam-se a ensinar os Três Tesouros: o Buda, o Darma e a Sanga de uma forma bem contemporânea.

Há ainda uma rede de professores do Darma, missionários, missionárias, reverendos e reverendas espalhados pelo mundo e pregando. Muitos grupos se reúnem nas residências para estudo e prática.

A mestra Kyoko Okawa é professora de língua inglesa formada pela Universidade de Tóquio, tem mais de 10 livros publicados e sua tese principal é a “Educação do ponto de vista Espiritual”.

Na iniciação, os praticantes fazem o “Juramento de Refúgio aos Três Tesouros: Buda, Darma e Sanga”. E após a recitação dos cânticos recebe-se os três livros de cabeceira, exclusivos aos iniciados: Darma do Correto Coração – Ensinamento Búdico, 124 páginas. Preces – volume 1, 82 páginas e Preces – volume 2, 64 páginas.

Verdadeiras preciosidades ! É só o que eu posso dizer, por enquanto. Se, belo dia, for autorizado a falar mais, compartilho os belíssimos textos.

domingo, 21 de outubro de 2007

Origens Budistas da PL - Perfeita Liberdade

O nome original é “PL Kyodan”. PL é a abreviatura de Perfect Liberty e Kyodan significa “Sangha” (associação religiosa ou simplesmente religião). Foi criada antes da Segunda Guerra Mundial, mas começou a crescer demais e, por ter uma pregação pacifista, incomodou ao então governo militarista do Japão que prendeu os fundadores e dirigentes, suspeitos de ensinarem doutrinas contrárias ao Império.

O fundador Tokuharu Miki (1871-1938) aos 8 anos foi para um templo-escola Zen, de linhagem Ôbaku. Aos 22 anos foi ordenado monge e assume o cargo de Mestre em um templo próximo. Aos 23 casou com Csamu Mori. Tiveram três filhos, dois meninos e uma menina.

Devido a prolongada enfermidade da mulher ele renuncia ao cargo de Mestre e monge e dedica-se ao comércio, para manter a família. Ele também fica muito doente.

É nessa época que Miki conhece o shaman, Tokumitsu Kanada, que era um devoto leigo de Kobo Daishi (744-835), grande Mestre e Patriarca da poderosa linhagem do Budismo Esotérico Shingon.

Kobô Daishi também era conhecido como Kukai e foi pra a China estudar, durante três anos, o Darma em sua vertente Esotérica e depois voltou ao seu país natal. Em sua biografia há muitos relatos de cura que ele operou, através da energia de Buddha, para os praticantes em geral, independente de quaisquer linhagens ou vínculos religiosos. Kobô é considerado um santo, um mago, um Grande Ser. Um Bodhisatva encarnado.

Voltemos à PL, Tokumitsu Kanada era um famoso curandeiro, centenas de pessoas acorriam ao seu templo para tratamento, cura e ouvirem as pregações. Tokuharu Miki é curado e torna-se fervoroso adepto da nova linhagem. Os dois então, mediante revelação divina (búdica) fundam a PL, mas nessa época não era permitido palavras estrangeiras, então o nome era “Hito-no-Michi” (Caminho do Homem).

O crescimento é magnífico é em 1934 já havia cerca de um milhão de praticantes, só no Japão, e se difundiu rapidamente pela Coréia, China e Índia. Tokuharu é preso, juntamente com o filho mais velho e doze conselheiros da nova ordem. Pouco antes de Miki falecer todos foram libertados e em seu testamento ele pede que comemorem o seu desencarne com fogos de artifício para que a doutrina se espalhe pelo mundo todo.

De fato, hoje está em diversos países. Chegou ao Brasil em 1957 e já está presente em quase todas as capitais e muitas cidades. Em Arujá, SP, há o Seiti, a Terra Sagrada, local de treinamento de novos líderes, mestres e assistentes de mestres para toda a América Latina.

Todo dia 21 de cada mês comemora-se o “Dia de Agradecimento da PL”, onde são reverenciados os Fundadores. Dia 11 de cada mês é a vez da “Cerimônia dos Antepassados” de todos os peelistas. E Dia 1º de cada mês, o “Dia da Paz”. Paz interior, paz exterior, paz entre as nações, paz em tudo e em todos.

Ainda que tenha renunciado às funções de mestre e monge Ôbaku, por motivos de saúde e ter encontrado sua nova missão, penso que os ancestrais dessa linhagem, juntamente com os protetores da Shingon ajudam no desenvolvimento da PL. As origens remontam não apenas a Kobo Daishi, como vimos, mas também ao Grande Mestre e Patriarca chinês Huang Po (falecido em 850). Na sucessão de Hui Neng (638-713) Huang Po é o terceiro Patriarca. Hui Neng é o sexto Patriarca depois de Bodhidharma, que recebeu a revelação diretamente de Siddharta Gautama, o Buddha; logo, Huang Po é o nono em linha direta.

O ensinamento básico da linhagem fundada por Huang Po que em japonês é conhecido pelo nome Ôbaku, alguns falam Obáku é sobre a “Doutrina da Mente Universal”, daí para a identificar e interpretar esta Mente Universal como Deus é só um sinônimo.

Havia um site brasileiro, está temporariamente em reconstrução. Por enquanto, para maiores detalhes, procure pelo “site em português” da Igreja do Canadá e o ótimo site da PL na Argentina: http://www.perfect-liberty.org.ar

sábado, 20 de outubro de 2007

Visite o blog anterior

Este blog tem uma gratidão búdica com o blog citado abaixo.
Lá você vai encontrar links para outros blogs e sites budistas e literários.
Acesse:

http://budismoprimordialrj.blogspot.com

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Palavras ...

(ensaio poético do monge Hakuan)


Não faça drama
O Darma
É a sua arma.

Mas se você prefere
Falar Dhamma
Fé é a solução
Para acender a chama
Da meditação.

Dhamma Dharma
Darma Dama
Tanto fez, tanto faz
Apenas sinônimos
Nada mais.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Adote Uma Árvore, boletim nº 4, outubro/2007

Adote Uma Árvore
Santa Teresa, RJ, out/07 – Ano I – nº 4
antoniocpbr@click21.com.br
http://budismoprimordialrio.blogspot.com/
Antonio Carlos Rocha (escritor)
--------------------------------------------------
Editorial:
AS SETE PRAGAS
DE SANTA TERESA

Seguindo a tônica das listagens em nº de 7 que estão na moda, vamos nesta edição apresentar sete itens que estão precisando urgente de melhorias.
No mês anterior falamos das sete multivárias maravilhas, agora vamos falar dos sete problemas. É bem provável e quase certo que existam outros.
1 – As ruas esburacadas de Santa Teresa, impressionante como não conseguem nivelar. E isso já dura anos.
2 – A falta de manutenção dos bondinhos, da rede elétrica e dos trilhos. Ali na Rua Joaquim Murtinho, há desníveis com 10 cm na linha férrea.
3 – Os preços no comércio local. Os supermercados na Rua do Riachuelo e Av. Gomes Freire são bem mais baratos que os mercadinhos do bairro.
4 – Os ônibus da Transurb que, há algum tempo, ostentaram a indicação de que era uma empresa com “Iso 9000”. Ou número próximo. Certamente quem fez a certificação nunca andou no “Duzentos e cheio” que é como alguns passageiros chamam o 206. Você já notou que nas outras linhas de integração do Metrô os micro-ônibus têm ar condicionado? Já o 214 só vive de janelas abertas.
5 – Os que realizam bailes e festas, ultrapassando os decibéis permitidos por lei. Os eventos começam às 23 horas e vão até às 6 horas da manhã do dia seguinte e algumas vezes, em dias úteis.
6 – Os carros, geralmente dos visitantes que não conhecendo o bairro atravancam as ruas ao estacionarem de qualquer maneira. Principalmente na parte de cima do Largo do Guimarães e assim os ônibus têm dificuldade de passar.
7 – Assaltos, roubos e furtos em residências, automóveis e nas ruas.
-----------------------------------
* Na última edição do “Amast na Praça” e deste “Adote Uma Árvore”, Juca, neto da Ana Lúcia e a Pamela nos brindaram com a leitura de um trecho da poesia de Carlos Drummond de Andrade, gentilmente cedida pelo Joel.

*Poesia ao Meio-Dia: Venha ler, recitar, declamar, representar... a sua poesia, a sua crônica e o seu pequeno conto. Suba na mureta que circunda a Amendoeira do Largo do França e solte a voz. A arte agradece. Tertúlia de Santa Teresa ! A poesia é ao meio-dia porque logo depois, às 13 horas, começa a canja musical.

* Se você concordar, pode tirar cópias e passar adiante. Obrigado !

* Mantenha a cidade limpa e o seu bairro também. Não jogue esta folha no chão. Se não quiser deixe em uma banca de jornal. Peça ao jornaleiro, sempre vai aparecer alguém interessado.

* AMAST NA PRAÇA acontece no terceiro sábado de cada mês, de 11 às 14 horas, a AMAST – Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa realiza um evento itinerante em diversos pontos do bairro.
O último encontro foi no Curvelo (sábado, 15/9/07), ali onde há uma estação centenária dos bondinhos, uma “praça” com mesinhas e bela vista para a baía de Guanabara. Foi inaugurado um grande painel com recortes da mídia sobre as lutas e reivindicações da AMAST.
Uma das finalidades do evento é promover o diálogo entre diretores, moradores e amigos de Santa Teresa no sentido de divulgar as boas causas do bairro: defesa do bondinho, preservação ecológica, melhoria da qualidade de vida etc.
Hoje, 20/10/07, nosso encontro é sob esta linda amendoeira do Largo do França, no dia 17 de novembro será no Vista Alegre e no dia 15 de dezembro no Mirante Guardas do Imperador (em frente ao Corpo de Bombeiros).

*$índrome$ & Viro$e$: “As empresas farmacêuticas ávidas pelo poder e pela ganância, entraram em guerra pelo controle do mercado de antidepressivos, um negócio de bilhões de dólares. Para vencer, financiaram estudos que corroboravam suas teorias, manipularam dados estatísticos, fabricaram e venderam remédios que, além de diversos efeitos colaterais, têm um problema maior: não curam. E, pior, inventaram uma doença: a Síndrome do Pânico”. (revista Universo Espírita, nº 46, p.34). Está nas bancas este mês. O autor da matéria é médico psiquiatra e foi diretor de hospital em SP.

* A questão nos faz lembrar que certa amiga, após se formar em pediatria na UFRJ e abrir o seu consultório (isso já tem mais de 20 anos), recebeu como amostras grátis, várias latas de leite em pó das multinacionais. É o leitemarketing!

* Lembramos também que, um pouco antes, nos anos 60, havia a “Aliança para o Progresso” patrocinada pelo Grande Irmão do Norte, era assim que, à boca pequena, os EUA eram chamados. Dizia-se também que o leite em pó que distribuíam, para as populações mais pobres esterilizavam as pessoas. A pergunta que se fazia era: Aliança para o progresso de quem?

* Colaboração de leitor:"O turismo é um pecado. Viajar a pé é uma virtude (grifo da matéria). No momento em que as pessoas entendem que você chegou a pé, e está tentando misturar-se a elas e compreendê-las, ocorre uma mudança imediata em seu comportamento. A pé você não é perseguido nem impedido de usar os recursos dos outros. Você ouve histórias que não foram contadas a mais ninguém." (Werner Herzog na revista Piauí de setembro de 2007, seção : O que aprendi)"

*Livro do mês: “E se tudo o que você ouviu sobre a AIDS estiver errado?” Um título comprido para um pequeno e importante livro. Publicado pela Editora Paulus, em 1999. A autora, Christine Maggiore, conta, entre outras, que “a AIDS é uma fraude cruel que vem sendo mantida porque muita gente lucra com isso. Retirando o lucro, toda a mitologia vai ruir (...) Em vez de encontrar respostas, percebi que minhas perguntas eram muito malvistas”.

Carta do Leitor: “Que tal ano que vem – 22 de setembro - um agito para comemorarmos o Dia Internacional sem Carros? Por uma Santa Teresa cuja visitação se dê a pé ou de bonde!!! Por calçadas seguras por onde a vida possa fluir. Abaixo a "sustentabilidade" (quem terá o privilégio de "segurar por baixo; de servir de escora"? – ver Aurélio) Viva o desenvolvimento inteligente.“ (Álvaro Braga, por e-mail).

* O bairro de Santa Teresa está completando 257 anos de Vida. Parabéns ! Saúde holística para todos !

* Lançamento: bom livro para as crianças e os adultos também: Em raiz cresce o que planta o coração, Luciene Prado, Edições Muiraquitã, de Niterói. Uma proposta educacional para ensinar, de forma alegre e cativante, sobre as plantas e ervas medicinais; o cuidado, o cultivo e para que servem: arnica, boldo, cidreira, dormideira, macaé, quitoco, vassourinha do campo, saião, etc. A autora é esposa do Fernando Fratane, que ministra cursos práticos de plantas medicinais e cosmética terapêutica. Todo sábado ele tem uma barraca com produtos na Feirinha Orgânica da Glória.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Os videntes do Himalaia

No último feriadão de 10 a 14 de outubro (Nossa Senhora Aparecida, Dia das Crianças, Dia do Descobrimento da América), o professor de Dharma Ricardo Sasaki, diretor do Grupo Nalanda, de Belo Horizonte, orientou em Curitiba, um retiro com o seguinte tema “A Cruz e o Lótus”.

O tema nos fez lembrar de um ótimo livro O Lótus e a Cruz, de autoria do Frei Raimundo Cintra, introdução do monge budista Murilo Nunes de Azevedo (Reirin Jodo) e publicado pelas Edições Paulinas, em 1981.

Frei Raimundo Cintra foi um dos pioneiros católicos na aproximação com o Oriente. Vejamos um belo trecho da pág. 25:

“No segundo milênio antes da era cristã, antes que Abraão iniciasse sua viagem errante através dos desertos, que se estendem da Mesopotâmia até o Egito, à procura do culto do Deus Único, uma outra busca ardorosa e incansável do Todo-poderoso tinha começado no alto dos Himalaias.

Em toda a extensão do vasto sul-continente indiano, a cultura dos invasores arianos já se tinha misturado à cultura, muito florescente, dos dravidianos. E desta fusão de raças e culturas havia nascido e se desenvolvera um prodigioso sistema de pensamento e de vida mística, que se caracterizou sempre por uma intensa e profunda busca do Absoluto.

Assim tivera lugar, na Índia, mais de mil anos antes de Cristo, um acontecimento notável, que foi sem dúvida, um dos mais significativos surgidos em nosso planeta, desde o aparecimento do “Homo Sapiens”. Parece que, então, pela primeira vez na história, o espírito humano rompeu a barreira das representações sensíveis e chegou à intuição da Suprema Realidade.

Foi esta realidade, que transcende ao mesmo tempo os sentidos e a razão – Brahman, que permaneceu desde esse momento até hoje, a inspiração das religiões indianas”.

Reverências à memória destes dois grandes religiosos, já falecidos, Frei Raimundo Cintra e Murilo Nunes de Azevedo. E ao Ricardo Sasaki também que coordenou este retiro ecumênico e inter-religioso.

sábado, 13 de outubro de 2007

Valeu Nichiren !

No calendário budista, o dia 13 de outubro de 1282 marca o falecimento do monge Nichiren, aos 61 anos de idade. Mestre e Grande Patriarca das linhagens (escolas, denominações) búdicas que se inspiram no Sutra Lótus. Seus ensinamentos estão presentes, hoje, em todos os quadrantes da Terra.

Nichiren ou Nitiren quer dizer “Lótus Sol”. Ele revelou ao mundo a força do mantra “Na Mu Myou Hou Ren Gue Kyou”.

Através da verbalização, silabação, sonorização, vocalização e consonantização que constitui a pronúncia do Odaimôku, ou seja, a recitação contínua do Mantra Sagrado “Na Mu Myou Hou Ren Gue Kyou” e que significa “Eu me Refugio no Buda Primordial” nos conectamos com a energia primeira do universo. Daí o brilho do sol, a iluminação refletida nas folhas e flores de lótus.

Nichiren foi um bodhisatva do Buda Primordial, o Buda Eterno, que se manifestou em Sidarta Gautama, o Sakyamuni, e está presente em todas as coisas, em todas as pessoas, em todos os lugares. As sete sílabas do mantra equilibram e abençoam os sete chácras básicos.

Nós do Budismo Primordial HBS o chamamos de Nitiren Daibossatsu. Nossa reverência e gratidão a este Grande Ser. Uns o chamam de Santo, outros de Profeta.

Fisicamente ele faleceu em 13 de outubro de 1282. Melhor dizendo, ele passou para uma outra dimensão da Vida. Ele continua vivo, na Terra Pura do Senhor Buddha. E de lá emite os seus raios de luz, as suas bênçãos para os seus discípulos, amigos, praticantes e admiradores em cada canto do planeta.

Valeu Nichiren !

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

O rosto materno de Deus

Em homenagem ao Dia de Nossa Senhora Aparecida, com respeito e reverência, recomendamos a leitura do excelente livro O rosto materno de Deus, de autoria do
teólogo Leonardo Boff, Editora Vozes, 1996, 267 páginas.

“Professor de Ética e Filosofia da Religião na UERJ, Leonardo Boff, com seu costumeiro arrojo, lança neste ensaio uma deslumbrante hipótese teológica sobre Maria Santíssima. Em Maria, o nosso Deus assume forma feminina; em Maria, o feminino se eleva ao nível da divindade. Servindo-se criativamente dos aportes das ciências humanas, da antropologia teológica e da psicologia junguiana, o autor vê Maria unida singular e intimamente ao Espírito Santo, num modo que só tem paralelo na união hipostática do Verbo divino feito Carne. A belíssima figura de Maria, templo do Espírito, Mãe de Deus, Mãe do Belo Amor, resplandece no texto com brilho extraordinário. E as verdades mariológicas – imaculada conceição, virgindade, maternidade divina – ganham inusitado vigor, profundidade e coerência. As gerações humanas aprendem a contemplar em Maria o Rosto Materno de Deus, a divindade em forma feminina, o feminino alcançando o ponto alto da divinização”.

A obra começa com uma citação do Papa João Paulo I: “Deus é Pai e, ainda mais, Mãe”. E termina assim: “Nela, como em Jesus, Deus é tudo em tudo (cf. 1Cor 15,28).

Na noite do lançamento, em Brasília, o auditório estava cheio. Após a palestra do autor, ele autografou vários de seus livros. O teólogo foi apresentado pelo então governador do Distrito Federal, hoje senador e ex-reitor da UnB, professor doutor Cristovam Buarque. Em suas falas, todos dois referiram-se ao Budismo, de forma bastante elogiosa.

A dedicatória que o autor escreveu para nós diz assim: “Antonio: Deus é também Mãe de bondade. L. Boff”.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Novas do Nalanda

Quem anda fazendo um bom trabalho de divulgação do Budismo Theravada em terras brasileiras é o professor de Dharma Ricardo Sasaki, fundador e diretor do Grupo Nalanda, de Belo Horizonte.

Através de cursos, palestras e retiros ele tem estado em Aracaju, São Paulo, Curitiba, Niterói, além, é claro, da capital mineira.

No próximo ano, em janeiro, Sasaki estará mais uma vez na Índia, apresentando uma palestra na 5ª Bienal Internacional de Buddhismo, um conferência cujo tema é: “Cultura Buddhista na Ásia – Unidade na Diversidade”, organizada pelo Centro Somaiya para Estudos Buddhistas, Universidade de Mumbai (Departamento de Filosofia), Universidade Nova Nalanda e Universidade de Puna (Departamento de Páli).

É muito bom que tenhamos um brasileiro por lá, participando deste encontro.

Maiores detalhes acesse www.nalanda.org.br ou

www.theravadacuritiba.wordpress.com

domingo, 7 de outubro de 2007

Expansão Planetária

O título acima é uma expressão usada por Jean Boisselier, autor do livro “A Sabedoria de Buda”, Ed. Objetiva, 2002. Fartamente ilustrado, em cores e em preto e branco, as 192 páginas traçam um bom histórico sobre o budismo.
Um dos capítulos finais é sobre a história do Darma no Ocidente, desde o século II aC. até os nossos dias, quando começaram a surgir, no século passado, em diversos países, linhagens autônomas, independentes das tradicionais denominações da Ásia.
É o caso da Igreja Budista Congregacional da América, fundada em 30 de janeiro de 1976 por refugiados vietnamitas; ou então as Igrejas Budistas da América, do ramo Terra Pura, de inspiração japonesa, mas hoje, completamente independente, inclusive é a primeira escola budista a ter capelães nas Forças Armadas dos EUA, da mesma forma que católicos e protestantes também têm os seus capelães. Tem ainda a congênere Igrejas Budistas do Canadá, também Terra Pura, além de outras linhagens com inspiração no budismo chinês.
Enquanto a imigração japonesa no Brasil começou em 18 de junho de 1908; os japoneses e chineses começaram a imigrar para os Estados Unidos nas décadas de 1860 e 1870 e assim levaram a fé em Buda para as novas terras.
Talvez não seja exagero dizer que hoje, em quase todos os países do ocidente, há pelo menos uma forma de budismo sendo praticada, estudada e divulgada.
Sobre esta profusão de escolas, ramos, linhagens, denominações, interpretações que, também estão presente em outras grandes religiões antigas, o professor doutor Thomas J. Hopkins, do Departamento de Estudos Religiosos do Franklin and Marshal College explica:
“Uma tradição religiosa sem santos e místicos, sem novas revelações, sem a experiência do Sagrado que dá um novo sentido aos ensinamentos antigos – tal tradição, não importa em que parte do mundo ela esteja, é espiritualmente morta”.
Ora, como o Budismo é uma tradição espiritualmente viva, é por isso que existem as novas revelações, as novas formas de ser budista, os novos sentidos interpretando os ensinamentos antigos.

Releituras de Nichiren

"Mas o meu maior respeito é evocado não tanto pelas elevadas contribuições de Nichiren para a história do budismo japonês quanto pela sua profunda e transbordante cordialidade, a qual se reflete em inúmeras cartas de congratulações, agradecimentos e pêsames enviadas a pessoas que, de outra forma, seriam desconhecidas da história. Numa carta ele agradece a alguém por um saquê tão delicioso quanto o néctar; em outra, expressa sua gratidão por bolinhos tão adoráveis quanto a Lua cheia. Não há dúvida de que essas dádivas de saquê e bolinhos eram sinceras expressões de gratidão de pessoas que visitavam o eremitério de Nichiren para discutir seus problemas e receber sua orientação e conselhos. Ele invariavelmente escrevia uma carta para cada pessoa, com agradecimentos pela lembrança.

- Nichiko Niwano in "O Caminho Interior", Ed. Pensamento, 1996.

(Nichiko Niwano é o atual presidente da RKK - Risho Kossei-Kai, uma organização de leigos budistas que tem mais de 6 milhões de adeptos em vários países. A RKK tem no Sutra Lotus o seu texto básico. Fundada em 1938, chegou ao Brasil, oficialmente, em 1971. Veja o site www.rkk.org.br ).

sábado, 6 de outubro de 2007

A Bandeira Budista

Se você entrar no site indicado pela notícia anterior: "Solidariedade que vem da Espanha" verá algumas fotos dos monges budistas de Mianmar (Birmânia) segurando bandeiras budistas. Eis o significado e histórico da bandeira:

"A bandeira budista foi conjuntamente composta pelo Sr. J. R. de Silva e o coronel Henry S. Olcott, como símbolo do renascimento do Budismo no Sri Lanka (antigo Ceilão), no ano de 1880. A bandeira foi, pela primeira vez, usada em 1888 quando a festa de Wesak (a lua cheia de maio) foi celebrada como feriado.

O Coronel Olcott, que era presidente da Sociedade Teosófica, sentiu a necessidade de um símbolo para os budistas. Projetou então uma bandeira para eles procedente da aura que segundo a tradição, teria sido emitida da cabeça do Buda quando se tornou um ser iluminado.

A bandeira do Coronel Olcott veio, mais tarde a simbolizar a unidade dos budistas. Foi aceita como sendo a Bandeira Internacional dos Budistas pela Reunião da Associação Mundial de Budistas, em 1950, e ratificada posteriormente em Tóquio, em 1952. A partir daí o seu uso tornou-se mundial".

(in Catecismo Budista da Escola Jôdo Shinshu, sem data).

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Solidariedade que vem da Espanha

----- Original Message -----

From: "libros budistas" <novedades@librosbudistas.com>
To: "Hakuan ***Antonio Carlos Rocha***"
Sent: Thursday, October 04, 2007 9:55 PM
Subject: Apoya los monjes budistas en Birmania

Amig@s:

Los ataques contra los monjes budistas y manifestantes en Birmania (Myanmar) se multiplican, pero tambien se propaga un movimiento de solidaridad internacional. He recopilado informacion, fotos y sugerencias de lo que podemos hacer en esta pagina:

http://www.librosbudistas.com/otro/monjes-birmania-sept2007.asp

Hagamos algo para que el sacrifico de los monjes no sea en vano.

Muchos saludos

Vayira

(para Hakuan ***Antonio Carlos Rocha***)

Um raro texto de U Ba Khin*

“Samádhi (concentração) é um modo de treinar a mente para que se adquira sossego, pureza e vigor, e é por esse método que se constitui a essência da vida religiosa...

É, na realidade, o grande denominador comum de todas as religiões. A menos que uma pessoa consiga limpar sua mente de contaminações e levá-la a um estado de pureza, como poderá identificar-se com Brahma, ou com Deus?

Se bem que diversas religiões empreguem distintos métodos para o cultivo da mente, o fim é sempre o mesmo: um perfeito estado de sossego físico e mental.

Ao estudante que vem ao Centro a prática lhe ajuda a cultivar o seu poder de concentração até que consiga manter a mente bem fixa no objeto desejado.

Para este efeito, a prática recomenda fixar a atenção em um ponto do lábio superior, imediatamente debaixo do nariz, sincronizando com o movimento do ar que entra e sai pelas narinas; ao respirar ocorre a tomada de consciência silenciosa e completa de cada inspiração e expiração...

Esta técnica de meditação anapana (atenção na respiração) que se pratica no Centro tem uma grande vantagem, pois a respiração é um processo não só natural, mas sim também incessante, de modo que está sempre disponível a atenção em todo momento em que se deseje fixar a atenção através desse método, com exclusão de todo pensamento intruso.

Fazendo um esforço decidido para ir limitando a atividade mental, primeiro à região adjacente ao nariz, mediante a atenção da respiração naquela área, e logo depois – ao ir se tornando cada vez mais suave a respiração – e concentrando a atenção em um só ponto do lábio superior, onde se percebe a temperatura do ar respirado; um bom estudante de meditação, isto é, aplicado e dedicado vai conseguir a concentração fixa da mente em uns poucos dias de exercício” (in Os Valores Reais da Verdadeira Meditação Budista, págs. 5 e 6).

- citado por Eric Lerner no livro “El Budismo Viviente”, de Ramiro A. Calle, Ediciones Cedel, Barcelona, 1984, págs. 137 e 138.

(*) U Ba Khin (1899-1971) foi um grande mestre leigo de Meditação Vipássana, na antiga Birmânia (Mianmar). Treinou centenas de ocidentais e, entre estes, autorizou os seguintes discípulos, também leigos, a continuarem a sua obra: S. N. Goenka, na Índia; Robert Hover e Ruth Denison, nos EUA; John Coleman, na Inglaterra.

Nosso blog de estudos, aos poucos, irá traduzindo os importantes textos de U Ba Khin e de Goenkaji, a partir do livro acima citado.

Recomendamos também “La Vipassana: El arte de la meditación budista”, de William Hart, publicado pela Edaf/Nueva Era, Madrid, 1994.

domingo, 30 de setembro de 2007

Budismo Engajado

Nossa reverência, apoio e solidariedade aos monges budistas mortos, exilados, feridos, presos e perseguidos pela ditadura de Mianmar (antiga Birmânia) e por extensão, a todos os civis também, nas recentes manifestações pacíficas em defesa da democracia naquele país.

A questão nos fez lembrar de outro grande ativista da causa da paz, o Venerável Thich Nhat Hanh, consagrado monge zen vietnamita, que se notabilizou nos anos 70 contra a Guerra do Vietnã:

"Budismo engajado é um termo redundante, já que budismo significa estar consciente, estar desperto para o que está acontecendo no seu próprio corpo, sentimentos, mente e no mundo que o cerca. Se você está desperto, não pode agir de outra forma senão compassivamente para aliviar o sofrimento que vê ao redor. O budismo é, portanto, implicitamente engajado. Se não é engajado, não é budismo".
(in "Meditação Andando", de Thich Nhat Hanh, Editora Vozes, 1987).

sábado, 29 de setembro de 2007

Mario Antonio Barata

Nosso blog homenageia hoje, a memória de um grande brasileiro, recentemente falecido.

Historiador, crítico de arte consagrado através da Associação Intrernacional de Críticos de Arte, da qual foi presidente, Professor Doutor Emérito da UFRJ. Estamos falando de Mario Antonio Barata. Cassado pela ditadura, só voltou a lecionar após a Anistia que lhe devolveu os direitos democráticos.

Há algumas características que ao longo dos anos, aproximaram as nossas famílias.

Uma delas: Mário tem um irmão na Itália e a filha deste irmão, portanto, sobrinha de Mário, é uma monja budista, há mais de 20 anos.

Nos anos 80, a antiga revista Planeta publicou a seguinte nota:

"As barricadas são inúteis se não há, antes, uma mudança das próprias estruturas internas, em nivel profundo. Não se pode fazer revolução, se antes não se faz a revolução dentro de si mesmo. (...) Creio que em nível coletivo não há esperança de mudar a sociedade. Mas não estou certa disso. Vou viajar, e depois veremos".

A revista indicava que estas palavras eram de "Valéria Barata, filha de uma alta hierarquia do antigo PCI - Partido Comunista Italiano, que se tornou monja budista". A reportagem acrescentava que o nome monástico de Valéria era Gora Devi.

Mediante estes pequenos parágrafos, estamos reverenciando a memória deste grande professor.

É interessante que na véspera de prepararmos esta nota, um membro da família, no Rio, que não é budista, percebeu que a casa, na Tijuca, onde Mário Barata morou muitos anos, estava cheia de Budas. Desde a véspera nós já estávamos invocando os Seres Divinos pedindo que acompanhem o Mario em sua nova dimensão.

Certamente, a Venerável Gora Devi, sobrinha de Mário, também enviou Budas para estes momentos de transição.

Cumprimentos à família, reverências a Venerável Gora Devi e um profundo muito obrigado ao Mário pelo exemplo de vida que nos legou.

De mãos postas, Arigatougozaimashita !

domingo, 23 de setembro de 2007

Mudanças

"Aperfeiçoar não é só melhorar, pode também significar revolucionar" !

"Mesmo quem não conhece o Brasil pode concordar comigo que é um país muito distante. Após a decolagem em Haneda são 36 horas de vôo. E depois que chega ainda tem 12 horas de fuso horário. O dia e a noite são exatamente o contrário do Japão.

Naturalmente a linguagem, estações do ano, modo de pensar e realidade do dia-a-dia são bem diferentes das do Japão. Após ter vivido 10 anos no Brasil posso fazer a seguinte afirmação, que para expandir no exterior é preciso conhecer o país local. Empurrar uma diretriz traçada por quem não conhece o país, não tem lógica, não faz sentido. É preciso, no local, traçar uma meta adequada às condições locais e colocá-las em prática. É onde nascerão as possibilidades de expansão. Traçar uma meta que acompanhe a época é necessário em qualquer circunstância. Ao invés de nos escondermos atrás da palavra "Melhorar" ou "Aperfeiçoar", devemos interpretar este período de mudança como se fosse uma verdadeira revolução."

(O texto acima são as palavras do 2º Arcebispo do Brasil, Nitigue Mimaki, logo após ter encerrado seus 10 anos de vivência no Brasil. A primeira linha desta postagem foi a manchete do Jornal HBS de abril de 1975. O mesmo mês em que foi dada a largada mundial para as comemorações dos 700 anos de falecimento de Nichiren Daibossatsu. Na época, o Budismo Primordial HBS traçou como meta mundial a "Mudança" para que a linhagem pudesse se projetar em um próspero futuro. Portanto, a entrevista foi sobre o que significava "Mudança" a partir do ponto de vista do arcebispo. Apesar de antiga é uma afirmação que vale para os dias de hoje) - publicado na revista Lótus, ano 7, nº 74, 2005.